Em Mato Grosso do Sul, os pecuaristas estão otimistas com a reabilitação do Estado para exportar carne bovina para os países da União Européia. A expectativa do setor é que a comercialização seja retomada ainda neste ano e a decisão oficial será anunciada nesta terça, dia 16.

Mato Grosso do Sul é o Estado com o maior número de fazendas inscritas nas novas regras do Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov). São mais de 4,5 mil propriedades, que somam um rebanho de sete milhões de animais rastreados.

O superintendente federal de Agricultura de MS, Orlando Baez, comenta que o Estado tem plenas condições de habilitar o quanto antes o maior número de fazendas para exportar para a União Européia e que o objetivo é que o Estado se torne o maior exportador do país para o bloco.

Apesar do otimismo, por enquanto apenas cinco propriedades foram consideradas aptas pelo Ministério da Agricultura para tentar fazer parte da lista de fazendas habilitadas pelos europeus para exportar o produto para os países do bloco. Hoje, 252 propriedades integram a lista.

O sinal verde para a retomada das vendas para a UE chega em um momento em que os pecuaristas de MS estão preocupados com o futuro do setor. A situação é provocada pelo fechamento de frigoríficos, redução das escalas de abates em algumas unidades e até mesmo a suspensão de pagamentos a produtores.

Isso foi o que aconteceu com os pecuaristas que venderam gado para uma empresa de Campo Grande, que na última semana deu férias aos 410 funcionários. Diante da escassez de boi gordo, o frigorífico, que tem capacidade para abater 27 mil animais por mês, estava abatendo pouco mais de oito mil, o que provocou a paralisação, e um prejuízo estimado em R$ 12 milhões para os criadores.