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 | 17/07/2008 09h

Tarso confirma equívoco sobre o nome de Ideli em relatório da PF

Segundo documento, senadora petista havia sido citada em um grampo da Operação Satiagraha

Atualizada às 09h20min

O ministro da Justiça, Tarso Genro, confirmou nesta quinta-feira que houve um erro por parte da Polícia Federal (PF) ao citar a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), em um grampo da Operação Satiagraha. Ontem, a senadora havia enviado ofício ao Ministério da Justiça exigindo a retificação do relatório da PF, dizendo que o diálogo interceptado não faz referência a ela.

— É verdadeira a informação da Ideli. Tem uma transcrição com conclusão da pessoa que fazia a escuta determinada pelo juiz que não combina com a gravação. A gravação menciona uma outra pessoa, que não vou mencionar o nome — disse Tarso em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.

Segundo relatório sigiloso da PF, no telefonema duas pessoas ligadas ao banqueiro Daniel Dantas comentam um suposto pagamento de R$ 2 milhões da empreiteira OAS à senadora catarinense. A oposição pretende investigar o caso na CPI das Escutas Telefônicas da Câmara.

Interceptada no dia 27 de maio, a conversa envolve o sócio do grupo Opportunity Arthur Joaquim de Carvalho e o lobista Guilherme Henrique Sodré Martins, o Guiga. Os dois conversam sobre a sessão do Senado que discute naquele momento, às 22h16min de uma terça-feira, um projeto de isenção fiscal para a compra de máquinas e equipamentos portuários. O tema desperta o interesse do grupo Opportunity, que tem negócios no porto de Santos, no litoral paulista.

No meio da conversa, Arthur diz a Guiga:

— Eu sei, deixa eu falar, eu recebi a informação de que ela estava recebendo R$ 2 milhões da OAS, né?

O documento assinado pela delegada federal Karina Murakami Souza, que se afastou do caso na segunda-feira juntamente com o titular da investigação, Protógenes Queiroz, traz na página 96 a seguinte interpretação do diálogo: "Arthur afirma que lhe chegou a informação de que a senadora Ideli teria recebido R$ 2 milhões da OAS".

A degravação da escuta, porém, é confusa e não deixa claro se os dois estão mesmo falando da petista.

Há outras incongruências na análise que a PF faz do grampo. Durante a conversa, Arthur reclama das posições do senador Heráclito Fortes (DEM-PI). O parlamentar teria atacado Ideli no plenário do Senado, acusando a petista de atuar em favor do banqueiro.
Irritada, Ideli considera um absurdo a análise dos federais que a associam ao possível recebimento de dinheiro:

— Essa interpretação (na análise do relatório) é um escândalo.

Saída de Protógenes

Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter pedido nesta quarta-feira que o delegado Protógenes Queiroz continue no comando do inquérito da Operação Satiagraha, Tarso confirmou o que o delegado e seus auxiliares, Karina Marakemi Souza e Carlos Eduardo Pelegrini, tiveram os pedidos de afastamento aceitos:

— O compromisso que ele assumiu ontem é terminar o inquérito até sexta-feira. Ele fica, termina o inquérito, faz o relatório e vai para o curso [XXII Curso Superior de Polícia].

O delegado Ricardo Saad, chefe da Delegacia de Combate aos Crimes Financeiros da Superintendência de São Paulo (Delecin), será o novo titular da operação a partir da próxima semana.

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