» visite o site do RuralBR

 | 20/06/2008 07h57min

Fazendas amargam lentidão para volta a exportar à União Européia

Regras rígidas e temor de mudanças no rastreamento inibem retomada de exportações

Patrícia Meira  |  patricia.meira@zerohora.com.br

Praticamente quatro meses após a Comissão Européia anunciar a retomada das importações de carne bovina in natura, o Brasil enfrenta dificuldades para ampliar a listagem de 84 fazendas autorizadas a exportar o produto aos países do bloco. A relação anterior continha 95 propriedades rurais, mas ocorreram cortes segundo o Ministério da Agricultura.

Três fatores colaboram para a estagnação da lista geral: falhas no cumprimento das normas de rastreamento dos animais, insegurança devido às constantes mudanças no sistema nacional de certificação e o atraente preço do quilo vivo no mercado interno, que subiu 17,7% entre janeiro e maio.

Até o final deste mês, um comitê que estuda propostas de alterações na Instrução Normativa 17 - que disciplina o Sisbov - pode apresentar sugestões para adequar a normativa à realidade, respeitando as exigências dos europeus, promete Odilson Luiz Ribeiro e Silva, diretor de Programas da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura.

Hoje, a principal falha é a disparidade entre o volume de animais identificados na propriedade e o constante na base de dados nacional. Pelas regras, não pode haver diferença de quantitativo, em hipótese alguma. As deficiências estão sendo detectadas em relatórios enviados ao ministério.

Pressionados pela tolerância zero, pecuaristas cobram maior clareza nas normas que norteiam o rastreamento de animais no país, um dos inibidores para novas auditorias.

– Não estamos seguros se vale a pena investir, arcar com novos custos – explica Carlos Simm, da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul.

A lentidão no aumento da oferta de matéria-prima rastreada atinge, por exemplo, o frigorífico Mercosul. Único no Rio Grande do Sul atualmente exportando para os europeus, enviou apenas 20 toneladas para Dinamarca e Suíça desde a retomada. O gerente de Marketing do Mercosul, Vinicius Pilz, lamenta a demora da normalização do comércio, que comprometerá as metas anuais da empresa.

Ainda assim, o governo federal mantém a expectativa otimista de aumento significativo do número de fazendas habilitadas do Brasil a retomar as exportações neste ano.

ZERO HORA

© 2011-2012 RuralBR.com.br

Todos os direitos reservados

Grupo RBS