| 18/06/2008 15h02min
A integração dos sistemas produtivos dos países do Mercosul é difícil e está longe de se realizar. A opinião é do ex-presidente da Associação Rural do Uruguai, o pecuarista Fernando Mattos, que participou do Congresso Internacional Feicorte, em São Paulo. Segundo ele, o bloco sul-americano não funciona e não vai além de um acordo político amparado em uma grande estrutura burocrática.
- O Mercosul não funciona em parte por culpa nossa como representantes de instituições que deveriam participar mais ativamente. Depois de 17 anos, está muito longe de alcançar os objetivos para o qual foi criado.
Na opinião de Fernando Mattos, um dos principais problemas está no fato do bloco sul-americano não ter criado, por exemplo, um órgão para a solução de conflitos entre os países-membros.
- Há muitas diferenças a serem superadas. Primaram-se interesses internos de cada um dos países em vez da unidade de uma região que perde terreno para outras regiões do mundo.
O consultor Ênio Marques, que também participou do Congresso Internacional Feicorte, concorda. Para ele, o problema está na falta de compatibilidade entre o que é definido como política pública pelo Brasil e pelos demais países.
- O Brasil não tem problema de relação entre agentes de mercado. O problema é a assimetria entre política pública praticada nos países com a nossa aqui. A nossa tem um atraso brutal.
Na opinião de Ênio Marques, estabelecer as regras de forma correta é papel do governo, enquanto os agentes do negócio devem se preocupar apenas em produzir com qualidade e entregar o produto.
- A área privada faz o que deve. O setor público deve acelerar mais o passo para que o Brasil tenha os altos controles e as mesmas práticas dos nossos clientes. O custo que pagamos pelo fato do governo não colocar nas regras de execução o que está nas leis é muito grande.
CANAL RURAL
Congresso Internacional Feicorte discute os diversos aspectos da cadeia produtiva
Foto:
Raphael Salomão, Canal Rural