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 | 10/06/2008 19h45min

Brasil deve colher maior produção de milho safrinha da história

Conab estima colheita de 18,5 milhões de toneladas do grão

Luiz Patroni  |  reportagem@canalrural.com.br

O Brasil deve colher a maior produção de milho safrinha de todos os tempos, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que estima mais de 18,5 milhões de toneladas do grão, um crescimento de 25,4% em relação a 2007. Em Mato Grosso do Sul, um dos principais Estados produtores, a maior oferta preocupa o setor, que teme uma queda no preço do produto.

O Estado é o terceiro maior produtor nacional de milho safrinha e deve colher este ano mais de 2,9 milhões de toneladas do grão. O volume é 22% superior ao produzido na safra de inverno do ano passado.

Apesar de animadora, a expectativa também gera cautela, pois a maior oferta de milho pode provocar uma redução nos preços. Segundo os especialistas, na teoria, para o produtor seria melhor vender antes parte da produção.

O produtor rural Antenor Caríssimi, que plantou 320 hectares de milho e ainda não comprometeu a produção torce para que o tempo ajude e a produtividade média da plantação fique acima das 55 sacas por hectare. Se isso ocorrer, ele poderá vender cada saca de milho a R$ 20 e mesmo assim irá cobrir o custo de produção.

A decisão de Caríssimi é semelhante à da maioria dos produtores sul-mato-grossenses, de acordo com o corretor Diego Davalos, que estima que 8% do volume total de milho safrinha produzido no Estado já foram comercializados.

O índice é maior do que o do mesmo período do ano passado, quando apenas 3,5% haviam sido vendidos. Em contrapartida, é bem menor do que a quantidade de soja vendida antecipadamente na última safra, quando mais de 45% da produção já estavam negociados faltando menos de dois meses para a colheita.

De acordo com Davalos, a venda antecipada de soja é mais comum porque existem várias "ferramentas" no mercado financeiro que tornam o sistema mais atrativo para o produtor. Já a venda de milho antecipada oferece menos opções para os produtores.

Ele também avalia que os produtores estão cautelosos acreditando que o preço do grão volte a subir. Uma expectativa que contraria a tendência do mercado, que aponta queda do preço do milho no momento da colheita do grão (entre agosto e setembro).

Diante das oscilações do mercado financeiro, a escolha de vender ou não com antecedência pode definir a diferença ente a comemoração e a frustração no campo. Para o corretor, apesar de tudo, a melhor saída para o produtor neste momento é apostar na valorização do grão e aguardar o momento da colheita.

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