| 20/05/2008 16h42min
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, se defendeu nesta terça-feira de rumores sobre uma crise provocada pelo extenso conflito entre seu governo e os representantes do campo.
— A Argentina nunca teve um respaldo econômico-financeiro como o de hoje — afirmou.
A governante especificou que o Banco Central conta "com US$ 50 bilhões em reservas", ao inaugurar uma das turbinas da central Termelétrica Manuel Belgrano, localizada na região de Campana, a aproximadamente 80 quilômetros de Buenos Aires.
— Não há país emergente similar ao nosso, que possa respaldar 100% do dinheiro que circula na rua e dos depósitos que estão nos bancos. No entanto, algumas pessoas escreveram em letras maiúsculas e outros fizeram correntes de e-mails para dizer que o mundo estava acabando — reclamou ela.
Cristina evitou se pronunciar sobre a greve comercial que as associações patronais do campo devem concluir hoje, após mais de dois meses de
protestos contra o esquema de impostos às exportações
de grãos. No protesto, um desenho do rosto da presidente foi feito por manifestantes em uma área rural de Paraná, a 495 quilômetros de Buenos Aires.
— Há duas Argentinas: uma Argentina que trabalha, e outra que fala e ouve a si mesma, somente isso — expressou a chefe do Estado, que durante seu discurso chamou a população a "acreditar no positivo".
Crescimento
Cristina também destacou "as obras que vêm sendo realizadas no país em matéria energética para poder fazer frente ao crescimento e manter o crescimento do país".
Nesta ordem, o ministro do Planejamento, Julio de Vido, anunciou que no "curto prazo" serão iniciadas obras avaliadas em 28 bilhões de pesos (US$ 8,8 bilhões) para aumentar a oferta de energia.
— O sistema energético argentino está de pé e forte, assim como a Argentina — afirmou o funcionário em momentos em que diferentes setores advertem que o país corre perigo de
sofrer uma crise similar à de 2004, quando a escassez de gás gerou
problemas na geração de eletricidade.
Desde então, a Argentina registrou problemas de provisão de energia no inverno e no verão, quando se produzem os maiores índices de consumo, e em dezembro do ano passado o Executivo lançou o Plano de Uso Racional da Energia.
Em protesto, desenho do rosto de Cristina Kirchner foi feito em uma área rural do país
Foto:
Juan Ignacio Pereira, EFE