| 07/05/2008 18h49min
Os presidentes das quatro maiores entidades rurais da Argentina anunciaram que o protesto do setor agropecuário, iniciado nesta quarta-feira, vai se estender até o dia 15 de maio.
— A nova etapa dos protestos vai ter uma duração até quinta-feira, inclusive, quando voltaremos a nos reunir para avaliar a situação — afirmou o presidente das Confederações Rurais, Mario Llambias.
Ao lado dos demais líderes, Luciano Miguens (Sociedade Rural), Eduardo Buzzi (Federação Agrária) e Fernando Gionio (Coninagro), Llambias explicou que "a modalidade do protesto consistirá em mobilização com presença dos agricultores ao longo dos acostamentos das principais rodovias do país, esclarecendo sobre a situação do campo, mas sem bloqueios do tráfego".
Os agricultores decidiram "não comercializar grãos com destino à exportação". Com isso, o governo não poderá arrecadar os impostos de exportação.
Além disso, as entidades vão realizar, durante estes
dias de protestos, "distintas assembléias do país".
— Vamos pedir audiências com governadores, prefeitos, deputados e vereadores para que conheçam o impacto de nossa atividade em suas economias — detalhou Llambias.
— Queremos desmascarar os argumentos oficiais de que somos responsáveis pela inflação. Vamos mostrar por quanto vendemos cada um dos nossos produtos e quanto os consumidores pagam por eles — afirmou Buzzi.
Ele insistiu em esclarecer que a mobilização pretende "facilitar a livre circulação do transporte de alimentos para a população", e evitar que haja desabastecimento, como ocorreu durante os 21 dias de locaute em março.
O lema da nova série de protestos do setor será "todos somos o campo". Os líderes afirmaram ainda que o setor continua aberto para a retomada do diálogo com o governo.
— Esperamos que coloquem na agenda o problema das retenções móveis (impostos de exportações que variam de acordo com os preços internacionais), porque se esse erro
não for corrigido, não haverá uma solução para essa crise —
disse Miguens.
Buzzi disse esperar que no dia 15, último dia previsto para a mobilização, o governo faça algum gesto para retomar a negociação e discutir uma agenda real que solucione os problemas do principal setor da economia.