| 19/05/2008 11h35min
A valorização de produtos como milho e soja pode desestimular produtores de algodão. De acordo com a consultoria Cotton Lux, depois da previsão de safra recorde para esta safra, a área plantada pode sofrer diminuição de até 20% na próxima temporada em função da concorrência com outras commodities.
Segundo a consultora da Cotton Lux Maria de Lourdes Yamaguti, atualmente não dá para competir com soja e milho.
– Os investimentos são grandes. Material e maquinário, tudo é muito caro. Por outro, lado a comercialização está difícil – disse ela em entrevista ao Agribusiness Online desta segunda-feira, dia 19.
De acordo com Maria de Lourdes, um dos principais problemas é o alto custo de produção. Entre os insumos com maior impacto estão os fertilizantes e defensivos, além dos combustíveis, que pressionam os valores para o transporte da produção.
– Se hoje nós temos algodão, é graças ao trabalho da Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) junto ao governo.
Um exemplo citado por Maria de Lourdes Yamaguti foi o primeiro leilão de Prêmio Equalizador pago ao Produtor Rural (Pepro) deste ano, realizado no último dia 15. Foram ofertadas 341,3 mil toneladas a prêmios que variaram de R$ 0,40 a R$ 0,54 o quilo, dependendo do Estado. Todos os lotes foram negociados.
A consultora destacou que o setor tem conversado com representantes do governo sobre a quebra do monopólio dos fertilizantes, mas ainda não obteve resultados satisfatórios. Conforme Maria de Lourdes, outro problema apontado pelos produtores é a demora na liberação do algodão transgênico – os cotonicultores alegam que variedades geneticamente modificadas poderiam reduzir o uso de insumos, melhorando a rentabilidade da cultura.
CANAL RURAL
De acordo com dados da Cotton Lux, área com algodão pode cair até 20% na próxima safra
Foto:
Miro de Souza
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Agência RBS