| 07/05/2008 18h50min
Produtores de algodão comemoram os números da produção nacional, mas alertam para a queda de rentabilidade no campo. O setor já calcula inclusive uma redução de 20% da área plantada na próxima safra, de acordo com dados apresentados nesta quarta-feira, dia 7, durante a posse da nova presidência da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
Os números impressionam. O volume da produção nacional de algodão triplicou nos últimos 10 anos e a produtividade aumentou 90%. Na safra 97/98, o país produziu apenas 411 mil toneladas de pluma de algodão. A produtividade foi de 467 kg por hectare.
Já em 2007/2008, a produção deve fechar em mais de 1,5 milhão de toneladas, com uma produtividade de 1,423 mil kg por hectare, conforme dados da Conab.
Mas enquanto a produção cresce, o custo também aumenta e a rentabilidade cai no campo, problema que preocupa a Abrapa. O setor perdeu nos últimos anos cerca de 25% da sua margem de lucro só com a desvalorização cambial.
– Um outro fator que pesou no algodão são os fertilizantes, os preços dos fertilizantes subiram a 120%, 140% nos últimos dois anos e isso tem impactado nas margens e na cultura do algodão – afirma o ex-presidente da Abrapa, João Carlos Jacobsen Rodrigues.
Atraso
Segundo a associação, o Brasil está 10 anos atrasado em relação aos seus principais concorrentes mundiais e o problema é a não liberação comercial do algodão transgênico. A Abrapa estima que o país perdeu em torno de US$ 2 bilhões por não utilizar a biotecnologia.
A Abrapa explica que a aplicação desse tipo de tecnologia resulta num impacto ambiental 15% menor e numa redução de quase 230 milhões de kg de agrotóxicos lançados na lavoura. O Brasil possui apenas um tipo de algodão geneticamente modificado aprovado, mas ainda há outros quatro Estados sendo avaliados na CNTBIO.
– Acredito que a gente tenha para este ano a aprovação do resistente ao glifosato e também ao glifosinato que é um outro tipo de herbicida. estamos bem atentos, bem ligados ao Ministério e à comissão no sentido de q. não se retarde mais, pq o setor não pode esperar – afirma o presidente da associação, Haroldo Rodrigues da Cunha.
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