| 16/05/2008 11h15min
Aumentar o volume de recursos para R$ 110 bilhões para o financiamento da safra 2008/09, facilitar o acesso ao crédito, reduzir os juros do crédito rural de 6,75% para 5% para o custeio e reduzir os spreads bancários são algumas das medidas solicitadas pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). A reivindicação foi feita ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Reinhold Stephanes, em reunião sobre o Plano Agrícola e Pecuário.
– O setor produtivo precisa contar com uma política de governo que sustente a expansão da produção. Caso contrário, não conseguirá atender à demanda de um mercado internacional de estoques escassos de alimentos e consumo em franco crescimento – disse o presidente da Comissão Nacional de Crédito Rural da CNA, Carlos Sperotto.
O aumento considerável dos preços dos insumos agropecuários, somado às deficiências logísticas e de infra-estrutura, pode limitar o potencial de crescimento da agropecuária brasileira.
– Estas limitações devem ser amenizadas com a ampliação da disponibilidade de recursos do crédito rural – diz Sperotto.
– Estes recursos têm custo zero para o banco e podem ser emprestados a juros baixos – argumenta.
Pecuária
No caso da pecuária leiteira, o aumento da produtividade do rebanho e, conseqüentemente, da rentabilidade do produtor depende de medidas como facilitar a tomada de crédito para melhoramento genético. Também foi sugerida a elevação dos limites por animal para R$ 1,5 mil por vaca ou novilha para crédito de investimento.
A criação de linha de crédito permanente para a concessão de financiamento de retenção de fêmeas leiteiras, com limite de R$ 150 mil por tomador, é outra medida que poderia contribuir para a expansão da produção de leite nas diversas regiões produtoras do país.
Trigo
Quanto à recuperação da auto-suficiência na produção de trigo, a CNA defende o restabelecimento das compras estatais do produto, para a formação de estoques reguladores. Para o presidente da Comissão de Crédito da CNA, também são necessários investimentos em pesquisa, crédito e garantia de comercialização.
Segundo lembrou Carlos Sperotto, o Brasil chegou a produzir seis milhões de toneladas de trigo na safra 2003/2004, volume que vem caindo a cada ano, chegando aos atuais 3,3 milhões de toneladas, insuficientes frente a uma demanda estimada em 10,2 milhões de toneladas.
Na avaliação do presidente da comissão de crédito, a expansão da produção de trigo e demais produtos agrícolas, para atender às demandas internas e externas, dependerá fundamentalmente do controle dos aumentos nos preços dos insumos essenciais, como fertilizantes, que elevam os custos de produção e reduzem a rentabilidade do setor. Somente os preços dos fertilizantes variaram até 120% em relação à safra passada.
– Precisamos de mecanismos de governo que
fiscalizem a elevação injustificada
destes insumos – disse.