| 16/05/2008 08h11min
Três quartos da riqueza existente no Brasil estão concentrados nas mãos de apenas 10% da população. Muito desta diferença está relacionada à grande quantidade de impostos pagos pelos brasileiros.
De acordo com estudo divulgado nessa quinta-feira, dia 15, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o índice de Gini, que mede a desigualdade social de uma população, foi de 0,56 no Brasil em 2006. O indicador varia de zero a um, sendo zero a perfeita igualdade e um a completa desigualdade.
Na avaliação do presidente do Ipea, Márcio Pochmann, o abismo diminuiu no país em 2006, mas ainda está em nível pior do que antes de 1964. Ainda de acordo com a pesquisa, o sistema tributário faz com que os mais pobres paguem mais impostos do que os mais ricos.
– Quem é pobre no Brasil está condenado a pagar mais imposto – afirma Pochmann.
O estudo ainda aponta que desde 1996 vem ocorrendo aumento na carga tributária (exceto em 2003). O peso dos impostos disparou de 26,74% para, 10 anos depois, chegar a 34,23%.
Além dessa cobrança direta no contribuinte, ainda existem os tributos indiretos. Números do Ipea mostram que impostos embutidos nos preços causam ainda mais desigualdade na hora de consumidores de diferentes classes econômicas fazerem o desembolso. Enquanto os ricos pagam em média 5,7% em ICMS, os pobres perdem 16% com o mesmo tributo.
ZERO HORA