| 04/05/2008 13h48min
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, anunciou que o governo está preparando um plano de incentivo à produção de feijão. Stephanes era aguardado na Expozebu 2008 no sábado, quando participaria da cerimônia de abertura oficial da feira, mas o mau tempo fez com que a visita ao evento fosse transferida para este domingo.
Conforme o ministro, o Brasil está enfrentando dificuldades no equilíbrio entre produção e oferta de quatro produtos agrícolas: arroz, milho, trigo e feijão.
- No caso do arroz, o Brasil produz o suficiente para abastecer o mercado interno, então estamos buscado um equilíbrio para garantir preços. A questão do trigo é um pouco mais delicada, porque até alguns anos atrás era mais barato importar, então o país não estimulou a produção. Esse cenário mudou, e agora temos que retomar o plantio, e por isso criamos uma política de incentivo para o setor. Um terceiro produto que merece atenção especial é o milho, até porque dele dependem outros itens alimentares, como a carne.
Em relação ao feijão, grão tradicional no prato do brasileiro que teve o consumo afetado pela alta de preços, Stephanes revelou que o Ministério da Agricultura está preparando um plano para garantir a produção e equilibrar oferta e demanda. As medidas, que incluirão regulação do preço do grão e concessão diferenciada de crédito, serão detalhadas até junho e vão integrar o Plano Safra 2008/2009.
- O que nós devemos fazer é estabelecer um preço teto, porque o feijão tem que ter preço determinado até porque é uma produção praticamente exclusiva do Brasil, e nós dificilmente temos condições de importar para regular o mercado.
Stephanes lembrou que a grande produção de feijão em 2005/2006 derrubou o preço do grão, desestimulando o plantio para a safra seguinte. A redução da área cultivada associada a problemas climáticos gerou escassez do produto, e no final de 2007 a saca chegou a patamares recordes, superando R$ 200.
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Nós temos que ter um preço nem tão alto como o que o mercado pratica quando há escassez, mas também não pode ser tão baixo que desestimule a produção, como aconteceu há alguns anos, com a saca a R$ 60. Acredito que o preço mínimo estabelecido pelo governo deva ficar entre R$ 80, R$ 90 a saca, no sentido de manter o produtor estimulado.
Safra atual deve suprir mercado
O último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta uma produção total de feijão na atual safra de 3,4 milhões de toneladas. A quantidade é suficiente para atender à demanda nacional, e analistas de mercado esperam queda de até 30% no valor da saca de 60 quilos, atualmente cotada a R$ 140, em média.
O ministro destacou que as particularidades de cada região serão respeitadas e previstas no Plano Safra.
- O feijão não obedece bem o ciclo normal do Plano Safra, porque você tem quatro safras no ano, em ciclos de 90 dias, conforme a região do Brasil. Mas nós vamos deixar isso bem claro no plano para atender a todos os produtores.
CANAL RURALCotação da saca de (60 kg) em SP - 30/04 | |||
Dados do Instituto de Economia Agrícola de São Paulo | |||
Tipo | Mínimo | Comum | Máximo |
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Carioquinha tipo 1 | R$ 150,00 | R$ 162,00 | R$ 167,00 |
Carioquinha tipo 2 | R$ 132,00 | R$ 152,00 | R$ 162,00 |
Preto tipo 1 | R$ 130,00 | R$ 135,00 | R$ 160,00 |
Preto tipo 2 | R$ 115,00 | R$ 120,00 | R$ 140,00 |