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 | 03/05/2008 21h27min

Roberto Rodrigues: leite é "a bola da vez" no mercado agropecuário

Ex-ministro vê oportunidade de crescimento para pecuaristas brasileiros

Lenara Londero/Uberaba  |  reportagem@canalrural.com.br

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues vê na produção leiteira uma boa oportunidade de inserção no mercado mundial para agropecuaristas brasileiros. Conforme Rodrigues, o Brasil tem se destacado na produção de leite através de investimentos em tecnologia e gestão, elevando as quantidades produzidas a cada ano e transformando os lácteos em importantes produtos de exportação.

- Dados de consumo mundial indicam que em 10, no máximo em 15 anos, vamos ter um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de leite como a crise que estamos presenciando agora com alimentos em geral. O Brasil tem chance de crescer nessa área, e isso faz do leite a bola da vez - destacou.

Crise de alimentos

Conforme Rodrigues, a crise de alimentos atual sofre influência de quatro fatores: a ampliação da demanda graças à elevação da renda em países em desenvolvimento; a queda na oferta causada por problemas climáticos em diversas áreas produtoras do mundo; a especulação financeira e o milho produzido a partir do etanol.

- Muitos especuladores que estavam trabalhando com o mercado imobiliário americano migraram para alimentos por razões óbvias, e a destinação de um quarto da produção de milho dos Estados Unidos para a produção de etanol prejudicou a oferta de grãos naquele país, mas com reflexos nos preços em mercados do mundo todo.

Rodrigues repudiou a acusação de que a elevação no cultivo e produção de cana-de-açúcar é responsável pela alta no custo dos alimentos, e destacou que está havendo confusão entre a produção de etanol a partir de cana e a partir de milho.

- Etanol de milho e de cana são coisas bem diferentes, e o que o Brasil tem que fazer para resolver essa crise é produzir mais. Enquanto houver desequilíbrio entre oferta e demanda, os preços vão seguir alterados, porque isso é o que acontece com qualquer produto quando há mais procura do que é possível oferecer.

O ex-ministro defendeu a ampliação de políticas públicas de suporte e apoio à produção agrícola, além do combate aos subsídios dos países desenvolvidos.

- O Brasl é uma demonstração de que produzir mais é a solução. Tanto que estamos recebendo investimentos maciços do mundo inteiro para produzir alimentos - concluiu.

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