| 31/03/2008 09h30min
A semana começa tensa na Argentina por causa da greve geral dos produtores rurais contra medidas anunciadas pelo governo Cristina Kirchner. Nesta segunda, dia 31, manifestantes bloquearam a Rodovia do Mercosul, a chamada rota 14, considerada o principal ponto de transporte de carga proveniente de Brasil, Uruguai e Paraguai.
Ao todo, são mais de 70 pontos de protesto ao longo da rodovia. Uma das principais concentrações de manifestantes está na cidade de Gualeyguachu. A presença de policiais foi aumentada nos locais de manifestação.
É possível que haja, ainda nesta segunda, o anúncio de novas medidas do governo, especialmente para os pequenos produtores. Entre as reivindicações, estão incentivos á pecuária leiteira e redução nos fretes. Já entre os grandes produtores, as manifestações são contra as mudanças nas regras de cobrança de impostos sobre as exportações.
Dados do próprio movimento grevista estimam perdas de US$ 26 milhões por dia. Já o setor de transportes contabiliza perdas de cerca de US$ 70 milhões. Nos 16 dias de greve, contabilizados até a última sexta-feira, dia 28, a somatória de pejuízos é estimada em mais de US$ 700 milhões. Além de uma nova escalada da inflação, com alta de 3,5% nos índices de preços, em março, o país deixou de exportar 2 milhões de toneladas de soja em grão e óleo de soja.
O desbastecimento de alimentos, tanto nas gôndolas dos supermercados quanto nos restaurantes, também já é bastante grave. Faltam, principalmente, grãos e carne bovina, mas já é registrada também a falta de produtos como cítricos e batata, de acordo com relatos de trabalhadores do mercado central de Buenos Aires, capital argentina.
CANAL RURAL