| 29/03/2008 18h39min
O setor agropecuário da Argentina decidiu retomar a paralisação e os protestos que haviam sido suspensos na sexta, dia 28, argumentando "intransigência" do governo para pôr fim ao conflito iniciado há 17 dias. As quatro maiores associações do campo retomaram os bloqueios parciais nas estradas argentinas após o fracasso de reunião com autoridades do país.
O locaute (paralisação liderada por produtores rurais) foi convocado por quatro entidades – Federação Agrária Argentina (FAA), Confederações Rurais Argentinas (CRA), Sociedade Rural Argentina (SRA) e Confederação Intercooperativa Agropecuária (Coninagro) – no dia 13 de março em protesto contra o aumento de impostos para as exportações de grãos, anunciado um dia antes pelo governo argentino.
As entidades chegaram a suspender temporariamente os bloqueios de estradas depois que a presidente Cristina Fernández de Kirchner convocou os ruralistas ao diálogo, mas as barreiras e piquetes foram retomados depois que
uma reunião realizada na noite
de sexta e madrugada de sábado entre produtores e membros do governo não resultou em nenhum acordo.
Uma pesquisa pela consultoria local D'Alessio Irol ao longo da semana revelou que 88% dos argentinos temem que o conflito entre o governo e o setor agropecuário afete a estabilidade política do país. Dentre os entrevistados, 56% qualificaram como "muito preocupante" o conflito para a estabilidade política do país, enquanto 32% disse que é "preocupante".
A mobilização tem provocado o desabastecimento de produtos básicos em muitas cidades do país, afetando inclusive outros setores da economia, como a indústria, o transporte de carga e passageiros.
AGÊNCIA EFE
Presidente Cristina Fernández de Kirchner cumprimenta o presidente da Sociedade Rural Argentina, Luciano Miguens
Foto:
Governo da Argentina