Caminhoneiros gaúchos permanecem trancados na Argentina por causa da greve no setor agropecuário no país e têm relatado a ocorrência de assaltos nas rodovias bloqueadas pelos manifestantes. A informação foi dada pelo diretor de uma grande transportadora do RS, Roberto Jesien, que preferiu não informar o nome da companhia.

Jesien afirmou que há entre seis e oito veículos da empresa detidos pelos piquetes dos manifestantes, revoltados com o aumento de impostos para exportação. Em meio à confusão de caminhões, automóveis e ônibus espalhados pelas estradas, "pessoas de má-fé" assaltam quem está parado, contou.

Jesien não concorda que a situação tenha melhorado com as propostas de abertura de diálogo de ambos os lados — governo argentino e grevistas. 

— Há piquetes de norte a sul. Na divisa com o Chile, também. Tem lugar em que não passa nada. Em outros, deixam passar só carros e ônibus. Ou o governo cede ou ninguém vai ceder. Os argentinos são muito patriotas — afirmou, ressaltando que não há previsão de melhora.

O caminhoneiro Honório Maia, de outra companhia, retornou ontem ao Brasil e contou que há em torno de 10 colegas seus na região de Buenos Aires, sem conseguir sair. Ele afirmou que há uma orientação da empresa para que os motoristas "não se envolvam em nada". Segundo ele, os caminhoneiros brasileiros estão sendo bem tratados, tanto por grevistas quanto pela polícia.

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