| 27/03/2008 17h16min
Os produtores rurais que têm dívidas vencidas desde 1º de janeiro ou vencendo até o fim deste mês terão até o dia 30 de junho para quitar os débitos. O novo prazo de espera foi aprovado nesta quinta, dia 27, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A medida é para que os agricultores tenham mais tempo para se organizar financeiramente, enquanto o governo coloca em prática o pacote de medidas de ajuste de parte das dívidas do setor.
O novo prazo vale apenas para as dívidas securitizadas do Programa de Saneamento de Ativos (Pesa), do Fundo de Financiamento da Atividade Cafeeira (Funcafé) e do Programa de Recuperação das Cooperativas (Recoop).
– Como neste momento apresentamos uma proposta, decidimos dar mais tempo de espera para não prejudicar aqueles que têm dívidas vencendo nas próximas semanas. Assim, os produtores ganham mais tempo pra pagar enquanto o governo vai fazendo os ajustes para reorganizar o perfil da dívida agrícola – informou o assessor da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt.
O Conselho Monetário Nacional mudou também as regras de captação de recursos da poupança rural e do crédito imobiliário. Agora os bancos oficiais que só trabalham com crédito rural vão poder tomar mais dinheiro no sistema financeiro para financiar também o setor da habitação. Já os bancos habituados a atuar no crédito da casa própria poderão investir também no crédito agrícola. Para os diretores do Banco Central, a medida pode estimular a liberação de novos empréstimos para a compra da casa própria no meio rural.
– Isso muda a oferta de crédito. É a permissão para que o banco, seja qual for, opere em todos os segmentos de crédito do país – explicou o diretor de Liquidações e Desestatização do Banco Central, Antonio Gustavo Mato do Vale.
O CMN aumentou também de R$ 150 mil para R$ 300 mil o limite de crédito para o setor da pesca marítima e autorizou ainda que os recursos de programas como o de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais (Moderagro) passem a ser mais destinados ao Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop), a linha de crédito para cooperativas que é mais procurada pelo setor.
AGÊNCIA RBS/BRASÍLIA