| 20/03/2008 15h59min
A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná vai enviar médicos veterinários da Defesa Sanitária Animal, do Departamento de Fiscalização, para participar de treinamento que será oferecido pelo Ministério da Agricultura a partir do próximo dia 31, em Brasília. O curso de 10 dias será ministrado por auditores da União Européia e vai capacitar 200 técnicos de todo o país para os processos de certificação das propriedades autorizadas a exportar carnes para os países da Europa.
Com isso, o Paraná se antecipa na preparação para retomar as exportações para a Europa assim que a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) liberar o Estado para voltar a comercializar carne para a Europa. A expectativa é que essa liberação ocorra até o início de maio porque o Estado desde 2006 já não apresenta mais risco sanitário, disse o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini. Além do Paraná, os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul também estão aguardando a liberação.
A realização do curso foi decidida logo após o Ministério da Agricultura ter suspendido novas inclusões de Estabelecimentos Rurais Registrados no Sisbov (Eras) para que o serviço de rastreabilidade possa crescer com consistência no país, seguindo orientação da própria União Européia. Com isso, nenhuma nova propriedade pode ser incluída como fornecedora de animais para frigoríficos que abastecem a UE, por enquanto.
Segundo Bianchini, o Paraná foi citado pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento como o único Estado que tem uma certificadora oficial do governo do Estado, a Cert-Seab. Esse modelo pioneiro poderá ser seguido por outros Estados.
– Portanto, assim que o Paraná recuperar junto à OIE o status de área livre de febre aftosa com vacinação, poderá no âmbito internacional retomar as exportações para a comunidade européia – disse o secretário.
Atualmente o Paraná já exporta carnes para outros países fora do bloco europeu como Rússia, Egito e outros.
A Cert-Seab foi criada em 2002 e hoje conta com 126 propriedades cadastradas e 86 mil animais inscritos na base de dados do serviço brasileiro de rastreabilidade – o Sisbov. A certificadora oficial segue o modelo europeu de rastreabilidade onde todos os bovinos portam brincos para facilitar a identificação da origem.
Na época, o chefe da área de rastreabilidade da Secretaria, Antonio Minoro Tachibana, e mais três técnicos foram treinados na Espanha, com a metodologia da União Européia. O modelo desenvolvido pela certificadora paranaense há seis anos criou a GTA on-line, sistema de emissão eletrônica de Guia de Trânsito Animal, que é a ferramenta básica da rastreabilidade. Recentemente, o Ministério da Agricultura adotou o mesmo sistema para todo o país.
AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS DO PARANÁ