| 07/03/2008 19h45min
Deputados que integram a CPI do Detran recolheram documentos em Santa Maria nas fundações suspeitas de envolvimento na fraude. O esquema teria desviado R$ 44 milhões a partir de irregularidades em contratos para a realização de exames de carteiras de habilitação. Até o final da próxima semana a Polícia Federal deve encaminhar o inquérito à Justiça. Ao todo, 35 pessoas já foram indiciadas.
O presidente da CPI, Fabiano Pereira, e o vice, Paulo Azeredo, se reuniram com os representantes da Fundae e da Fatec, fundações ligadas a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), contratadas pelo Detran. As instituições terceirizavam os serviços para outras empresas, o que seria ilegal.
Segundo Fabiano, os documentos obtidos em Santa Maria devem começar a ser avaliados já segunda-feira. As informações obtidas com a análise ajudarão a CPI a formular perguntas para os próximos ex-dirigentes do Detran que serão ouvidos.
— Saímos daqui com
documentos importantes que serão analisados pela
comissão. Ainda existem muitas dúvidas a serem esclarecidas — disse Fabiano.
— Essa reunião desmistificou algumas questões. Essa documentação chega em boa hora. Estamos levando também notas fiscais da Fatec com empresas suspeitas — completou Azeredo.
O esquema foi revelado em novembro pela operação Rodin da Polícia Federal. Os deputados voltaram de Santa Maria com as cópias dos contratos assinados desde 2003.
O presidente da Fatec, Rogério Koff, disse que nos próximos 30 dias devem sair os resultados de uma auditoria interna sobre outros 400 projetos da fundação. Koff disse que, com isso, querem ver se houve
o mesmo erro em outros projetos.
Segundo Koff, a Fatec vem recebendo
menos do que o que foi acordado com a Fundae para a elaboração das provas para carteira de motorista.
— Nos colocamos à total disposição para colaborar com a CPI. A reunião também serviu para colocarmos aos deputados que estamos quase a ponto de paralisar os serviços por falta de pagamento. A Fatec está sendo prejudicada e não pode pagar esse preço — reclamou Koff.
Os dirigentes da Fundae explicaram aos deputados como a entidade foi contratada pelo Detran.
— Fornecemos uma cópia do contrato (com Detran) a eles. Nos colocamos à disposição para tudo que for necessário. Não há nada na fundação que não possa ser mostrado — afirma o advogado da Fundae, Sérgio Blattes.
O presidente e o vice da CPI se reuniram com os representantes da Fundae e da Fatec em Santa Maria
Foto:
Lauro Alves