| 19/02/2008 23h36min
Quase um ano depois do início do processo de incorporação do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) pelo Banco do Brasil (BB), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina nesta quarta-feira o documento que promete sacramentar a federalização do até então banco catarinense.
O decreto presidencial que retira definitivamente o Besc do Programa Nacional de Desestatização (PND), projeto federal de incentivo à privatização, será assinado às 15h em audiência no Palácio do Planalto.
Participam da cerimônia o presidente do Besc, Eurides Mescolotto, o presidente do Banco do Brasil, Antônio Francisco de Lima Neto, o secretário Nacional do Tesouro, Arno Augustin, e a senadora Ideli Salvatti.
Depois de publicado o decreto, uma comissão formada por técnicos do Besc e do BB fará um estudo para atestar a viabilidade da operação. O Besc tem mais 30 dias para elaborar um edital para contratar uma empresa especializada que vai avaliar o banco. Assim como o Besc,
o Banco do Brasil também precisará
ser avaliado.
O material elaborado pela comissão será encaminhado ao Banco Central e à Comissão de Valores Mobiliários. Apesar de ter até o fim do ano para concluir todas as etapas, a meta do governo catarinense é cumprir todas as demandas até julho.
— É importante salientar que o valor da avaliação do Besc vai ser abatido da dívida do governo de Santa Catarina — disse Eurides Mescolotto, que embarca hoje pela manhã para Brasília.
Segundo o presidente do Besc, com o decreto assinado, não há mais possibilidades de o banco ser privatizado, . A alternativa já havia sido praticamente descartada desde que começou o processo de incorporação da instituição pelo Banco do Brasil, em março do ano passado. Em outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve em Santa Catarina para assinar o contrato.
Caixas eletrônicos serão compartilhados
A partir desta quinta-feira, os
caixas eletrônicos dos dois bancos já estarão compartilhados, ou seja, quem
possui conta no Besc poderá utilizar os caixas eletrônicos do Banco do Brasil e vice-versa.
Desde sua criação em 1991, 68 empresas estatais entraram no PND para serem privatizadas, entre elas, 11 bancos estaduais que foram vendidos. O Besc é primeira e única instituição a sair do PND que vai permanecer pública.
Na mesma hora em que o Besc será retirado da fila da desestatização, a Associação Movimento Besc Público (Ambesc), que reúne funcionários do banco, vai fazer um ato em frente ao Besc central, na Praça XV de Novembro, em Florianópolis, para comemorar o fato. Será distribuída, na ocasião, uma carta-aberta.