| 07/11/2007 07h02min
O presidente boliviano, Evo Morales, aproveitou a recente exposição da deficiência brasileira na oferta de gás para retomar o tom peremptório de seu discurso em relação aos investimentos na área.
– Se quiser investir, bem-vindo – disse, em Santa Cruz de la Sierra, sobre a possibilidade de a Petrobras voltar a injetar recursos no país.
Mas, apesar de admitir que a Bolívia precisa de "milhões e milhões" para desenvolver suas reservas de petróleo e gás, fez questão de ressaltar que qualquer novo contrato terá de "garantir o respeito às normas bolivianas".
No discurso, Morales mantém a retórica que ressalta a soberania. Mas reconhece que o governo boliviano também retoma a negociação com o Brasil em situação de desvantagem, sem os investimentos que internaram recursos de US$ 1,5 bilhão em pouco mais de uma década.
– Necesitamos plata (precisamos de dinheiro) – frisou nessa terça-feira, dia 6, o presidente boliviano, que deve se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 12 de dezembro, conforme foi divulgado na última segunda-feira, dia 5.
A PDVSA, estatal venezuelana, não foi, como previam alguns analistas, a substituta natural nos investimentos na Bolívia da Petrobras, que chegou a responder por 25% do PIB boliviano.