| 25/10/2007 06h22min
Uma animada confraternização promovida na noite de terça-feira, dia 23, pelo senador Demóstenes
Torres (DEM-GO) acabou azedando ainda mais as relações entre o Democratas e o governo. O presidente do Democratas, deputado Rodrigo Maia (RJ), bateu boca com os ministros Walfrido Mares Guia (Relações Institucionais) e Nelson Jobim (Defesa).
O incidente acabou ofuscando a festa de Demóstenes, que reuniu convidados de diferentes posições políticas num ambiente com conjunto musical e até karaokê.
Irritado com as investidas de Mares Guia para que a senadora Rosalba Ciarlini (DEM-RN) vote a favor da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), Maia foi tirar satisfações de Jobim.
– Não vou permitir mais esse tipo de comportamento do governo. Todo dia vejo notinhas plantadas na imprensa sobre Rosalba. É bom que comecem a nos respeitar – começou o parlamentar, para surpresa de Mares Guia, que conversava descontraidamente com Jobim, o anfitrião e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
O ministro ainda tentou acalmar o presidente do DEM:
– Calma, quando você tiver algum problema, me procure antes.
Sem perceber a confusão que começava, a líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso, senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), sentou-se entre o grupo, acompanhada pela mulher de Jobim, Adrienne Senna.
Em tom ríspido, Maia reclamou do que classificou de provocações do governo e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
– Rodrigo, você está reclamando do tratamento desrespeitoso do governo, mas hoje (terça-feira), no site do Democratas, vocês me chamaram de "canastrão da sucuri" - interveio Jobim, que em expedição à Amazônia, na semana passada, posou com animais para os fotógrafos.
Maia retrucou:
– Isso foi escrito por uma jornalista e não por mim. Não posso censurar o blog.
Jobim foi além:
– Esse também pode ser considerado um tratamento desrespeitoso, para não dizer infantil !
Roseana tentou contornar, mas Maia deixou a festa
Na tentativa de encerrar a discussão, Roseana chegou a sugerir a Maia que conversassem mais tarde, tendo em vista que o bate-boca não levaria a nada.
O deputado, então, se retirou. Os ministros, porém, deixaram claro que não gostaram do desaforo:
– Guri de m...! – disse Jobim.
– Acha que é professor de Deus! – emendou Mares Guia.
Roseana foi atrás de Maia.
– Pode esquecer. Não há mais chance de acordo para votarmos o orçamento da União este ano – avisou o deputado.
ZERO HORA