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A prática de atividade física sempre foi sinônimo de bem-estar, além de estimular o emagrecimento e funcionar na manutenção adequada dos níveis ponderais. No entanto, como um modismo dos dias atuais, tornou-se um vício que os especialistas costumam chamar de overtraining.
Segundo o ortopedista Moises Cohen, do Hospital São Luiz, de São Paulo, o risco que este excesso de exercícios físicos pode representar para o organismo humano vai muito além das mudanças corporais e metabólicas, podendo levar à morte. O grande problema, no entanto, é que as pessoas não reconhecem quando estão enfrentando o problema, priorizando a busca por um corpo perfeito em detrimento da própria saúde.
Para o especialista, o primeiro passo a ser tomado por quem sofre com essa compulsão é entender que é preciso reduzir a quantidade de exercícios, adequando-os às particularidades e aos limites do seu corpo. De nada adianta atingir um corpo sarado que, na verdade, está comprometido com uma série de lesões que afetarão a durabilidade e a qualidade dos resultados atingidos com tanto sacrifício.
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Cohen explica ainda o que acontece no organismo de quem sofre com o problema.
— O vício ocorre, pois a liberação de endorfinas, durante e após a prática do exercício, promove uma sensação de bem-estar extremamente prazerosa. De imediato, as sensações adicionais são euforia e diminuição das dores musculares mas, a longo prazo, os problemas começam a aparecer — alerta.
Nestes casos, a atividade física “crônica” pode levar a uma redução da imunidade, predispondo o organismo a uma série de infecções oportunistas, além de levar, em situações mais graves, a insuficiência renal e cardíaca.
— Para que isto aconteça, é necessário um extremo desequilíbrio metabólico entre a prática da atividade e o tempo de repouso — revela, lembrando que nestes casos, todo cuidado não é exagero e dar mais tempo para o corpo descansar é fundamental.
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Para Cohen, a orientação de um médico é imprescindível no momento de escolha do esporte que se irá praticar.
— Podemos escolher nossa modalidade favorita. O que não podemos esquecer é de realizar um trabalho de fortalecimento adequado e um bom alongamento muscular — aconselha.
O especialista ressalta ainda que, em média, para que a prática do exercício físico seja considerada saudável, eles devem durar de 40 minutos a uma hora e, serem realizados, de três a quarto vezes por semana.
— Os sintomas do problema:
:: alterações no desempenho físico;
:: perda do estímulo nos treinos e competições;
:: sensação de fraqueza durante e após a prática dos exercícios;
:: redução da coordenação motora;
:: aumento da incidência de lesões;
:: redução de peso;
:: aumento do risco de infecções, como gripes e resfriados freqüentes;
:: alterações no padrão normal do sono;
:: aumento da freqüência cardíaca e consequentemente, do lactato sanguíneo, levando à fadiga.
— Cohen lista algumas dicas básicas para quem pretende praticar exercícios físicos com qualidade:
:: antes de iniciar qualquer atividade física procure um médico para uma correta avaliação;
:: procure bons profissionais relacionados à área, como educadores físicos, fisioterapeutas e nutricionistas. Uma correta orientação é extremamente importante;
:: evite a busca de resultados a qualquer custo e a curto prazo, pois são extremamente maléficos ao organismo;
:: utilize materiais esportivos adequados, como roupas e calçados;
:: respeite o seu limite e fique atento aos primeiros sinais relacionados ao excesso de treinamento.
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Desequilíbrio entre o volume e a intensidade do treino e o tempo de repouso adequado indica problemas
Foto:
Jefferson Botega
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