Eleições | 06/07/2010 10h42min
O primeiro debate entre candidatos ao governo do Estado foi marcado por críticas à atual governadora, Yeda Crusius, e poucas divergências entre os postulantes ao cargo.
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A ausência de Yeda no encontro desta terça-feira, no estúdio principal da Rádio Gaúcha, foi condenada por Tarso Genro (PT) e Pedro Ruas (Psol). Já o ex-prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, preferiu não criticar a governadora.
Tarso e Fogaça afirmaram que, ressalvadas as discussões sobre governos anteriores, vão investir na união política para melhorar o Estado.
— Precisamos de uma coalizão política que coloque o governo gaúcho de frente para o Brasil. Nossa meta é unir o Rio Grande — disse Tarso Genro.
— É possível pensar grande e trabalhar em conjunto. Precisamos de uma política agregadora — afirmou Fogaça.
Já Pedro Ruas se posicionou contra as alianças partidárias feitas com objetivo de aumentar o tempo da propaganda eleitoral.
— Todos sabem que isso resulta em loteamento de cargos públicos durante o governo — criticou.
Nas primeiras manifestações sobre as principais propostas de cada coligação, os candidatos defenderam a ideia de colocar o Rio Grande do Sul em posição de destaque no país. Enfatizando suas raízes com o presidente Lula, o candidato do PT, Tarso Genro, afirmou que "o Estado precisa crescer junto com o país".
José Fogaça destacou que "o Rio Grande tem de exercer um papel de liderança no Brasil". O candidato Pedro Ruas (Psol) explicou que propõe a campanha em dois eixos: "discussão da dívida do Estado com a União e combate à corrupção".
Saúde
No momento mais tenso do debate, o candidato do Psol, Pedro Ruas, provocou o ex-prefeito José Fogaça sobre as investigações a respeito do Instituto Sollus, que prestava serviços à prefeitura.
— Nós tivemos em Porto Alegre um dos maiores escândalos na saúde nos últimos anos. O Instituto Sollus só nos últimos 24 meses deu um prejuízo enorme aos cofres públicos. Nós queríamos fazer uma CPI para fiscalizar a Saúde. O prefeito Fogaça não nos permitiu fazer uma CPI para investigar o problema gravíssimo da saúde na Capital. Por que o prefeito Fogaça agiu desse maneira?
José Fogaça solicitou direito de resposta, mas não foi atendido. Durante outra resposta, se defendeu das afirmações de Ruas e disse que a prefeitura foi vítima no caso.
Educação
O tema que mais suscitou críticas ao governo do Estado foi o relacionamento com os professores. Tarso Genro e Pedro Ruas fizeram duras contestações à postura de Yeda Crusius e pregaram o diálogo.
— A visão do Estado é de não negociar com o Magistério. Além disso, o governo não tem aproveitado os recursos do Fundeb — criticou Tarso.
— A relação do governo com os professores é um desastre — resumiu Pedro Ruas.
O candidato José Fogaça também fortaleceu a ideia de conversar com o Magistério antes de tomar qualquer decisão e defendeu o ensino em turno integral.
Segurança
As propostas apresentadas pelos candidatos para a Segurança Pública foram de melhor aproveitamento dos recursos do Governo Federal.
Pedro Ruas ressaltou que os investimentos em educação, saúde e emprego resultariam em mais segurança para os gaúchos.
Tarso Genro lembrou a sua participação na implementação do Pronasci como mecanismo para a redução dos índices de criminalidade.
Sistema prisional
Questionados sobre o conhecimento que têm a respeito do Presídio Central, os candidatos aproveitaram para explicar suas propostas para melhorar o sistema prisional.
José Fogaça disse que sempre acompanhou de perto as questões relacionadas à cadeia e prometeu aumento do efetivo da Brigada Militar e da Policia Civil.
Já Pedro Ruas disse que conhece o local e rejeitou a possibilidade da utilização de PPPs nos presídios por aumentar os custos, que, segundo ele, passaria de R$ 600 mensais para R$ 2,4 mil.
Tarso Genro lembrou dos projetos que implantou no governo Federal na área prisional e disse que o governo gaúcho não usou os recursos federais disponíveis. Sobre as PPPs, afirmou que aceita com restrições. O candidato do PT não respondeu se conhece o Presídio Central.
Estradas
Tarso Genro afirmou que a infraestrutura da malha rodoviária deve ser prioridade do seu governo, caso seja eleito.
— Precisa de uma pessoa que tenha uma proposta política e que tenha capacidade de dialogar com a federação e demandar com a federação. É uma prioridade.
O candidato do Psol Pedro Ruas comentou que no RS a quilometragem de rodovias pavimentadas é muito maior do que o desenvolvimento de ferrovias e hidrovias e que o desenvolvimento também seria fundamental.
Fenômenos naturais
Sobre os recorrentes problemas enfrentados pelos gaúchos devido a fenômenos naturais, José Fogaça disse que dará status de secretaria à Defesa Civil, que hoje é gabinete.
— A Defesa Civil não é mais um órgão secundário. Não é algo mais de segunda instância. Com o número de desastre naturais que estamos vivendo, a Defesa Civil tem que ser uma prioridade — afirmou.
Além disso, Fogaça também declarou que é preciso ampliar o orçamento e agilizar a liberação de verbas para os municípios atingidos pelas catástrofes.
— Hoje há uma decisão política de liberação de verbas e elas só vão aparecer no município meses depois, quando já não mais a urgência e a necessidade.
Tarso Genro comentou que o Estado precisa se juntar ao Governo Federal para o desenvolvimento dessas questões e criar políticas de serviços ambientais, recursos hídricos e combate ao aquecimento global.
— Também temos que recuperar a nossa Fundação Estadual do Meio Ambiente, que está completamente esquecida.
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