Eleições | 02/07/2010 02h50min
Um candidato não arrebanha votos apenas para si. Postulantes a vagas na Câmara e na Assembleia espalhados pelo Estado têm potencial de levar aqueles que disputam o Piratini a locais em que eles jamais iriam. Coligações e nominatas grandes podem ser decisivas. Agora que se encerrou o prazo para as convenções, veja como ficou o tabuleiro eleitoral no RS.
A partir da próxima terça-feira, um exército de cerca de 980 candidatos começa a travar uma batalha para conquistar os 8,1 milhões de eleitores gaúchos.
Com o início oficial da campanha eleitoral, no dia 6, as tropas estarão liberadas a tomar as regiões do Estado.
No front, 26 partidos em busca do maior número de territórios possíveis. No comando aparecem os nove candidatos na corrida pelo Palácio Piratini.
Para o deputado federal Pompeo de Mattos (PDT), que concorre a vice-governador na chapa do ex-prefeito José Fogaça (PMDB), os candidatos a deputado federal e estadual são “fundamentais” na briga por voto.
– São o braço estendido da majoritária. Onde a majoritária não alcança, o braço da proporcional alcança. Todos os municípios estarão cobertos com a presença dos candidatos a deputado estadual ou federal – destacou o pedetista.
Carlos Pestana, um dos comandantes da campanha de Tarso Genro ao governo do Estado, complementou:
– Independentemente se os candidatos a deputado vão se eleger ou não eles são agentes políticos na construção da campanha e têm um peso muito importante.
Uma semana antes do início da batalha eleitoral, as coligações foram surpreendidas por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que proibia o uso de imagem e voz dos presidenciáveis em programas eleitorais de partidos que tenham alianças diferentes nas disputas estaduais. Coligados com o PT em nível nacional, PRB e PSC passaram o dia ontem em reuniões com dirigentes do PSDB gaúcho na tentativa de encontrar uma saída. Antes de a decisão ser suspensa na tarde de ontem pelo presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, a governadora Yeda Crusius já cogitava tirar o presidenciável José Serra das propagandas para não perder os cerca de 30 segundos que as duas siglas acrescentam no tempo de rádio e TV dela.
– Imagina se sai na imprensa: governadora abre mão da imagem de Serra. Iria pegar muito mal – destacou um militante tucano próximo de Yeda Crusius.
Os partidos também tiveram dificuldades para recrutar candidatas mulheres. Até então, era preciso “reservar” 30% das vagas para elas. Com a minirreforma eleitoral, aprovada no ano passado, o verbo foi substituído por “preencherá”. Resultado: apareceram em nominatas candidatas que sequer têm pretensão de concorrer. Os próprios dirigentes partidários confessam que há candidaturas arranjadas apenas para cumprir a legislação. Apesar de o texto possibilitar diferentes interpretações, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, Luiz Felipe Difini, recomenda aos partidos observarem esse critério para não ter dificuldades no registro de candidaturas.
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