| 18/03/2010 07h11min
Sorondo é uruguaio. Experiente. Jogador de seleção, inclusive. Vem dele a impressão mais sincera e autêntica do que será o jogo de hoje à noite, às 19h15min, entre Inter e Cerro, no estádio Atílio Paiva, valendo a liderança do Grupo 5 da Libertadores.
Após uma longa entrevista, sem muitas declarações interessantes, ao final do treino de reconhecimento do gramado - a maioria dos microfones já longe do zagueiro - alguém arrisca uma última pergunta na beira do campo. Isso depois de uma recepção calorosa no Aeroporto Oscar Gestido, 10 quilômetros para dentro do município de Rivera, na zona rural do município. De lá até o estádio, mais calor humano: carreata de um quilômetro.
— Você é uruguaio e está em Rivera, que é no Uruguai. Mas com tanta festa assim você se sente no Uruguai?
Parecia uma pergunta simplória, mas foi a que mais tocou Sorondo. Ele sorriu, coçou a cabeça e disse, como se esperasse a pergunta. Mudou até o tom da voz.
— Sabe que não? Aqui na fronteira, tanto faz o lado, se brasileiro ou uruguaio, a sensação é que estamos no Brasil. Sempre tive essa sensação ao vir para cá. A fronteira é brasileira — resumiu Sorondo.
O experiente zagueiro acertou na mosca. É assim que será no Atílio Paiva. O Inter, mesmo visitante, jogará como se estivesse em Porto Alegre. É algo tão forte que até a torcida do Cerro terá matizes tupiniquins, já que haverá gremistas aos montes na arquibancada, secando o rival da Província de São Pedro.
Nenhum time nesta Libertadores teve uma chance tão preciosa como a que o destino providenciou ao Inter, já que o estádio Luiz Trocoli, do Cerro, está em obras para receber grandes jogos. A rigor, nesta fase, serão apenas duas partidas longe da torcida. Uma delas, contra o Deportivo Quito, já aconteceu. E sem derrota. Falta só o Emelec, no Equador.
Sorondo parece traduzir o sentimento da torcida. Hoje, Rivera é Porto Alegre, e o Atílio Paiva é o Beira-Rio. Por isso é preciso mais ousadia. É preciso vencer para depois encaminhar o primeiro lugar no grupo nas imediações do Guaíba, com toda a calma.
— Vamos jogar para vencer, cuidando muito o contra-ataque do Cerro, que é forte. Pode apostar nisso — prometeu Sorondo, o uruguaio que nos ensina que a fronteira, seja qual for o lado, é brasileira.
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