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 | 24/10/2009 05h30min

Tomara que seja o Gre-Nal do óbvio ululante

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



Posso estar errado, mas o que está por trás de tanto mistério no Olímpico e no Beira-Rio é o medo. Não tem nada de super estratégia ou de preparar alguma arma mortífera para derrubar o adversário nestes treinos secretos. Os dois, Grêmio e Inter, estão é com medo de perder.

Por isso cogita-se só um atacante, lá e cá, Perea e Alecsandro. Puxa, mas UM só? DOIS é exagero? Será que abre tanto o time jogar com dois atacantes? Quem optar por dois homens na frente está mesmo condenado a se expor demais, cometendo uma ousadia? 

Não duvido que, se fosse possível acertar resultado em gabinete, Inter e Grêmio fechassem em torno de um morno empatezinho. Quem sabe um empatezinho com boa atuação. Pronto. Nada de crise, dirigentes e treinadores sem a missão impossível de justificar derrota, numa dessas os adversários nem se desprendem tanto na tabela. E todos ficariam felizes para sempre.

E ainda poderiam ir para os microfones, no Balanço Final do Sílvio Benfica, na Gaúcha, se apegando à matemática e à crença nos resultados atípicos que se sucedem. Um plano perfeito.

De certa forma, é um fracasso da Dupla Gre-Nal invadir outubro nestas condições. Se Inter e Grêmio estivessem bem, com times encorpados, não haveria motivo para tanta dúvida. Apesar dos desfalques. Só o fato de ser possível cogitar tantos esquemas e escalações diferentes sem que ninguém considere nenhuma delas absurda é uma evidência de algo está mal no Beira-Rio e no Olímpico.

Quando um time está inseguro, qual o procedimento básico dos técnicos? Eles se retrancam. Alinham zagueiros e povoam o meio-campo com marcadores. É isso: Grêmio e Inter estão inseguros.

Mas ao menos DOIS atacantes seria bom de ver no Gre-Nal. Titulares ou reservas, não importa. Se fosse uma equipe treinada por Celso Roth que especulasse disputar um clássico com só um atacante de origem seria uma gritaria só.

Tomara que o Gre-Nal nos surpreenda com o óbvio ululante, como dizia Nelson Rodrigues.

Tomara.




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