| 17/10/2009 05h10min
No caso do Inter, é mais evidente. No do Grêmio, um pouco menos. Não falo de tabela, de entrar no G-4 ou ainda sonhar em festejar o título em dezembro. Em campeonato de pontos corridos, sempre restará esperança. Nunca se sabe como serão os resultados paralelos, e eles têm sido um tanto lunáticos. Me refiro aos adversários da rodada. Não vencê-los neste domingo é uma vergonha.
Dirigentes e técnicos, Paulo Autuori e Mário Sérgio, que se preparem: aquela conversa de Rolando Lero, tipo "faltou calma na hora de finalizar", "eles fizeram o gol na única chance que tiveram" ou "falhamos na bola parada mas tivemos mais volume de jogo" não vai colar.
Antes que internautas cariocas e coxas invadam minha caixa de e-mails, como aconteceu quando cometi o pecado mortal de registrar o estado ruim do gramado
do Couto Pereira certa vez, me adianto. Não se trata de
criticar o clube, de menosprezar histórias centenárias e por aí afora. É uma questão de momento. Os clubes permanecerão eternamente grandes, mas os times de Coritiba e Fluminense são horrorosos este ano. Não há como negar.
O Coritiba é o 15º, com 34 pontos. Está a cinco da zona do rebaixamento. Soma 13 derrotas.
O Fluminense é o lanterna, com 25 pontos. Tem 94% de chance de chafurdar no pântano da segundona em 2010. Perdeu 14 vezes, quase a metade dos jogos que disputou.
Se Grêmio e Inter não ganharem destes dois adversários, com que discurso vão mobilizar os seus torcedores para o Gre-Nal?
Futebol é complexo, não é ciência exata, é um jogo que inclui boas doses de sorte e azar e, por tratar-se de um esporte coletivo com 11 jogadores, pode produzir resultados inesperados. Aí está a sua magia, inclusive.
Mas
tudo tem limite. É só olhar a escalação dos adversários da Dupla Gre-Nal de amanhã.
O
Fluminense tem Fred e Conca, vá lá. Mas e depois? Vou dar dois exemplos. O volante Diogo foi embora do Olímpico sem ter acertado um passe sequer, é o que se diz no Grêmio. Gum veio para o Inter e não lembro de ter assustado tanto nos treinos que acharam por bem não o colocarem em campo. Os dois são titulares nas Laranjeiras.
O Coritiba é melhor do que o Fluminense. Tem Marcelinho Paraíba. Mas tem também Ângelo na lateral-direita. No Inter, ele foi um marco. Foi a partir da sua saída do time em 2008 que começou a caminhada rumo ao título da Sul-Americana, na Bombonera, contra o Boca Juniors. O zagueiro Jecimauro, que passou por Criciúma, Portuguesa Santista e Remo ainda não explodiu aos 29 anos.
Neste domingo não haverá blábláblá para Inter e Grêmio contra Fluminense e Coritiba. Será um domingo da tolerância zero para colorados e gremistas. Até paixão pelo clube têm limite.
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