Tradicional destino de turistas no inverno, o município argentino de Bariloche recebeu esta semana a primeira nevada de 2011. Mas as ruas praticamente não mudaram de cor. A quantidade de poeira vulcânica expelida pelo vulcão chileno Puyehue sobre a cidade da Patagônia é tão grande que, mesmo com quatro semanas de trabalho e dois grandes mutirões de limpeza que mobilizaram 6 mil pessoas, ela ainda se acumula nos tetos das casas, junto ao meio-fio e nas praças por causa do acúmulo de cinzas.

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O temor provocado pela erupção há um mês do vulcão Puyehue derrubaram em 80% o fluxo de visitantes no início da temporada, deixando com um ar de cidade-fantasma o paraíso dos Andes que costuma receber 30 mil brasileiros por ano. Em consequência, hotéis, lojas e restaurantes permanecem vazios, e as autoridades decretaram "situação de desastre econômico e social".

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Cristina Ganim, 40 anos, frequentadora do chamado centro cívico, onde fica a administração municipal, costuma vender fotos para os turistas depois de fazerem pose ao lado de seu fiel companheiro, um cachorro São Bernardo chamado Gel. Em um dia típico de alta temporada, vende até cem fotografias. Desde que o vulcão localizado a pouco mais de 90 quilômetros cuspiu uma tormenta de cinzas sobre a cidade, dia 4 de junho, tirou apenas 10 retratos. Chegou a ficar 20 dias sem um único cliente.

— Nunca vi tão pouca gente — espanta-se.

Na manhã de quarta-feira, a chegada da neve deu um sopro de ânimo a Bariloche e seus 130 mil habitantes, já que o fenômeno é uma das principais atrações da cidade, permite a abertura das estações de esqui e umedece a poeira vulcânica, impedindo que ela levante voo. Aos poucos, porém, a neve derrete, a água se esvai, e as cinzas voltam a assombrar o paraíso de inverno engolido pelo Puyehue.

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