Após o turbilhão do clássico, o técnico Silas, do Avaí, preferiu o silêncio e as areias de Jurerê Internacional, em Florianópolis, para curtir a vitória sobre o Figueirense. Deixou de lado a roupa social que o acompanha à beira dos gramados. Usou apenas um bermudão e, com os pés descalços, percorreu a orla de mãos dadas com a esposa Elvira, os filhos e familiares que vieram visitá-lo de Campinas. Floripa conquistou o coração do finalista do returno do Catarinense 2011.

Vídeo: entrevista completa com Silas em Jurerê

Dos holofotes, ele partiu para uma praia quase deserta, de céu azul, que brindou os avaianos. No dia seguinte à vitória no clássico, Silas escolheu a tranquilidade do mar e das areias brancas para mostrar que está de bem com a vida. 

— Gosto muito deste lugar e quero morar aqui depois de encerrar a carreira como treinador — avisou.

Depois do clássico, o treinador jantou com a família e dirigentes do Leão. Durante a madrugada, inquieto e ainda sob o calor do jogo, Silas conversou até altas horas com os filhos. 

— Eu não desligo, seja quando a gente vence ou perde. Após as partidas, fico muito agitado e só vou dormir lá pelas 4h ou 5h da manhã — disse.

Para relaxar, os livros são os companheiros preferidos do técnico, além do tênis, que gosta de jogar com o irmão e auxiliar técnico Paulo Silas. As raquetadas põem fim ao estresse da rotina. Feliz com os resultados dentro de campo, Silas também está satisfeito com o que colhe fora dele. No próximo ano, completa 25 anos de casamento e crê que isso influencie na educação dos filhos e dos grupos que trabalha. 

— Ainda não tenho o sentimento de dever cumprido. Quero o tricampeonato.

Se o momento é bom no Avaí, outros clubes também se interessam pelo trabalho do treinador. Ontem, surgiu a informação de que o San Lorenzo, da Argentina, estaria disposto em investir na contratação de Silas. Quando jogador, ele fez história pelo clube e foi decisivo na conquista do campeonato argentino de 1995. Silas confirmou o contato, mas ratificou o desejo de ficar para o que chama de "Projeto Avaí".