| 29/12/2010 07h12min
Pode estar a apenas quatro quilômetros a solução para o financiamento das obras do Beira-Rio necessárias a habilitar o estádio para ser a sede de Porto Alegre na Copa do Mundo de 2014. A distância que separa o estádio da matriz do Banrisul pode ser encurtada ainda mais com a posse da nova direção da instituição financeira gaúcha. Indicado pelo governo Tarso para presidir o banco, Túlio Zamin anunciou que uma carta-fiança de R$ 150 milhões, valor orçado para o projeto de reformas, poderá ser analisada pela futura diretoria. A carta-fiança é o documento de garantia do débito para o credor.
– Teríamos de analisar a proposta dentro dos padrões técnicos que o banco atua nesta área de avais e fianças. Os R$ 150 milhões são um valor razoável. Veremos se o cadastro do Inter comporta – anunciou Zamin, que pretende se informar logo sobre o processo com o atual dirigente da instituição financeira, Mateus Bandeira.
O vice-presidente Pedro Affatato confirmou que o Inter está negociando com o Banrisul. O processo não evoluiu mais diante da transição entre a atual e a futura diretoria. Mas acredita que, a partir do dia 15 de janeiro, as conversas voltem a ocorrer.
– Já temos contatos pré-firmados com pessoas do governo para viabilizar este contrato – afirmou.
Um dos problemas que o Inter enfrenta com a Fifa se refere justamente ao financiamento para as obras do estádio. Isso porque o clube quer bancá-las com recursos próprios, proposta vista com relutância pelos dirigentes da entidade.
O Banrisul poderia, então, dar a mãozinha que o clube precisa para desatar o imbróglio, analisando a hipótese do financiamento bancário. A relação com o clube, aliás, já vem de longa data. O banco é patrocinador do time, assim como do Grêmio.
– É uma operação de vulto, nós devemos olhar e analisá-la. Certamente, o comitê do banco vai apreciá-la com muita ponderação – revelou o futuro presidente do banco.
Apesar de ser gremista, Zamin entende que o Mundial é maior do que qualquer paixão clubística. Para ele, é fundamental ajudar o Inter na concretização do projeto, que trará vantagens para todo o Estado. Hoje, o contrato do banco com a dupla Grenal vai até junho de 2011. Aliás, foi o próprio Zamin quem assinou pela primeira vez, ainda no governo Olívio Dutra, em julho de 2001. Embora a renovação ainda não esteja em discussão no momento, o futuro presidente do banco do Estado confia na sequência da parceria com os dois grandes clubes do Rio Grande do Sul.
– Temos praticamente 10 anos de patrocínio. Acho que tivemos excelentes retornos para o Banrisul. Não tenho a menor dúvida de que foi um golaço que a diretoria fez na época.
Mas o futuro presidente do maior banco gaúcho já avisa que o contrato precisará de novas regras. Uma das quais, adianta, deve significar inovação:
– É uma questão para ampliarmos. Na verdade, este contrato com a dupla Grenal está meio que se incorporando à paisagem. Nós precisamos de um pouquinho de criatividade, inclusive, para renovar. Sob pena de ficarmos na mesmice. Acho que o marketing esportivo é, sem sombra de dúvida, espetacular pelo retorno garantido para qualquer empresa. Mas, também, precisamos considerar que é necessário inovar.
Outra possibilidade a ser analisada é a do naming rights ou Direito de Nome, acordo para alugar o nome de um determinado estádio, complexo esportivo, casa de espetáculos etc a uma empresa por um período, através de um contrato. São os casos do Emirates Stadium - estádio do Arsenal -, Allianz Arena - estádio construído para a Copa de 2006 e utilizado por Bayern de Munique e 1860 Munique, Pepsi Center - ginásio do Denver Nuggets, da NBA, entre outros. A possibilidade não é rechaçada pelo futuro presidente do Banrisul, que enxerga com bons olhos essa estratégia de marketing.
– Esta seria uma das hipóteses – finalizou.
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