Os torcedores podem não ter gostado, mas a vitória do Inter sobre o Botafogo no Engenhão é daqueles fatos históricos que serão lembrados de modo a conferir grandeza a seus protagonistas.
Os jogadores e os dirigentes foram superiores a eventuais questões de rivalidade que ultrapassassem os limites desportivos. Não é fácil. Fazer média com a torcida daria o maior Ibope. Mas não. O Inter foi lá, ganhou fora de casa do Botafogo e ajudou o Grêmio a se manter no G-4. Acho até que lutou além da conta para não dar margem a falatório.
Pode estar aí um marco importante da civilidade nas relações Gre-Nal. Um passo foi dado. Um dos lados venceu mesmo que isso ajudasse o rival. E agiu assim por princípio, e não para beneficiar este ou aquele.
Não estou dizendo que o Grêmio entregou o jogo contra o Flamengo, no ano passado, na última rodada, de propósito, para impedir o Inter de ser campeão. Nada disso. Acredito que os reservas lutaram para derrotar o Flamengo. Estava no Rio, inclusive, cobrindo para Zero Hora.
A questão é que, desta vez, o resultado veio. E ele é incontestável. O Inter ganhou do Botafogo e ajudou o Grêmio na reta final do campeonato, mesmo sem ter necessidade disso. Ouvi Rafael Sobis dizendo que o torcedor deve se orgulhar dos jogadores. Ele tem razão.
Em tempos de vale-tudo ético, é bom escutar um profissional que deu títulos a um clube pensando a vida nestes termos. Vou além: o Inter somou um ponto importante na preparação rumo ao Mundial. Foi uma atitude profissional, correta, de alto valor esportivo e ético, Isso conta muito para elevar a auto estima de um grupo.
O torcedor do Inter ganhou um motivo a mais para acreditar no seu time em Abu Dhabi depois da rodada deste fim de semana,
ZERO HORA