| 12/10/2010 07h11min
Se o Inter recusar a parceria com a construtora mineira Andrade Gutierrez, terá descoberto um modelo único para um clube de futebol tocar obras. A modernização do Beira-Rio rumo à Copa de 2014 custará R$ 150 milhões, no mínimo. Pode ser mais. Uma fortuna. Aí é que está todo o problema: é uma fortuna.
Enquanto os clubes brasileiros suam sangue para alcançar dezembro com as contas equilibradas — tanto que negociam seus craques para sobreviver —, o Inter pretende bancar tudo sozinho.
O ano que vem tem Libertadores. Jogadores se lesionam, outros vão embora. Não raro, é preciso contratar na emergência. E com qualidade, se o objetivo é ser campeão. Recapitulando: em ano de Libertadores, Recopa e Brasileirão de 38 rodadas o Inter terá que:
1) Despejar mais de uma centena de milhões em obras, com a espada da Fifa no pescoço a exigir cumprimento do cronograma;
2) Pagar em dia uma folha mensal de R$ 4,5 milhões;
3) Contratar reforços
Não é necessário ser mãe diná para adivinhar que esta conta vai estourar no futebol. Se todos os clubes do mundo, inclusive os ricos da Europa, não se atrevem a remodelar ou construir estádios sozinhos, por que optar por este modelo?
Se a venda de 150 camarotes por R$ 1 milhão cada é consistente, qual a razão para a Fifa relutar em aceitá-la como garantia? As obras do novo Beira-Rio estão no epicentro da disputa entre Giovanni Luigi e Pedro Affatato pela condição de candidato situacionista.
Só se fala nisso nos bastidores. Luigi, apoiado por Fernando Carvalho, é simpático à parceria com a Andrade Gutierrez, que captaria dinheiro no BNDES, abraçaria as obras e lucraria com a exploração de áreas vips, como os camarotes.
Deixaria bilheteria, cotas de TV e quadro social nas mãos do Inter, que entraria com os R$ 28 milhões da venda dos Eucaliptos e nada mais. Affatato prefere o modelo próprio, com tudo saindo do caixa do clube.
É um debate que precisa tornar-se público. É o futuro do Inter que está em jogo.
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