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 | 08/10/2009 05h30min

A estreia de Mário Sérgio oferece alguma esperança

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



Após seis jogos sem vencer, ganhar do Náutico com sete reservas no Beira-Rio é mesmo motivo de alívio. Assim, o 3 a 1 do Inter na estreia de Mário Sérgio oferece alguma esperança aos colorados. Como Atlético-MG e Goiás jogam fora de casa contra o desesperado Botafogo e o perigoso Cruzeiro, respectivamente, a primeira vez do novo técnico pode significar reingresso no G-4. Bem, aí vai uma análise do novo Inter. Uma prancheta, por assim dizer.

ESCALAÇÃO
Pode-se criticar Mário Sérgio por escalar Glaydson, de qualidade individual duvidosa, mas a formatação escolhida para o jogo de ontem merece elogios. Ao menos não foi um esquema óbvio, previsível. Ninguém, antes do jogo de ontem, cogitava um 3-5-2 com dois volantes e dois meias ofensivos, deixando apenas um atacante na frente. A ideia era não deixar o meio-campo despovoado. Alecsandro não ficou sozinho no ataque, tanto que marcou dois gols. Foi um 3-4-2-1, na verdade. Uma ideia diferente.

MODIFICAÇÕES

A mais interessante das mudanças de Mário Sérgio durante o jogo é uma convicção tática do novo treinador. Edu será meia-atacante e não atacante. Foi assim que ele entrou no lugar de Andrezinho no segundo tempo. Com Tite, era jogador de frente, entrando pelos lados. Com Mário Sérgio, será meia, vindo de trás.

ENTREVISTA

Mário Sérgio, claramente, adotou o estilo inverso de Tite nas entrevistas. Usou expressões mais coloquiais e menos rebuscadas. Sempre que possível, buscou ser direto. Exemplo:  "se nos acharmos o melhor time do mundo, começaremos errado". Outra: "posso mudar alguma coisa de escalação e mudar depois, mas não é sacanagem com vocês. É só a chance de pensar melhor e mudar". E adiantou: o esquema 3-4-2-1 será mantido contra o Atlético-PR, em casa. Adotou a franqueza até para dizer que não tinha resposta pronta.

O MELHOR
A ideia de não abrir mão de dois articuladores. Com eles, defesa, meio-campo e ataque não ficaram tão distantes. O time teve aproximação contra Náutico, ainda que fosse o Náutico com sete reservas. Antes, a ligação vinha sendo direta. A ideia de manter Andrezinho e D'Alessandro juntos, oferecendo suporte defensivo para os dois é, no mínimo, uma alternativa a se considerar.

O PIOR
A bola áerea. De novo, apesar dos três zagueiros, os atacantes do Náutico cabecearam livres na área mais de uma vez. Lauro se viu obrigado a fazer uma defesa aos 42 minutos, quando estava 2 a 1, antes de Alecsandro selar o 3 a 1 nos acréscimos. Se é um bom cabeceador naquele momento, a sorte do Inter poderia ter sido diferente.

D'ALESSANDRO

É um capítulo à parte. Se o argentino jogar com regularidade como ontem, crescem as chances de o Inter se garantir no G-4. O problema é que a amostragem não é das melhores: o Náutico. E D'Alessandro não tem a regularidade em bom nível como marca. Vive de altos e baixos em níveis intensos. Mas é fato: com Mário Sérgio, o argentino voltou a ter bom desempenho, algo que não vinha acontecendo nem diante de times ruins.

NOTA
Pode ser algo entre 6 e 7. Não foi uma estreia consagradora, mas Mário Sérgio ofereceu alternativas táticas diferentes e conceitos sobre futebol próprios. O time apresentou falhas e correu alguns riscos diante de um adversário com sete reservas, mas conseguiu o principal objetivo: voltou a vencer após seis jogos.

 
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