| 01/10/2009 05h30min
Roberto Candia, AP
Não foi a noite ideal por pouco. No Chile, tudo certo. A eliminação na Copa Sul-Americana, com a derrota por 1 a 0 para o Universidad, permite ao Inter de Andrezinho (foto) concentrar energias no Campeonato Brasileiro, meta prioritária traçada pela direção desde o começo da temporada, três décadas depois do título invicto de 1979. O problema foi o que aconteceu no Recife, na abertura da 27ª rodada.
De virada, com dois jogadores a menos (Júnior César e Richarlyson foram expulsos), o São Paulo aplicou 2 a 1 no
Náutico.
Assim, o time do técnico Ricardo Gomes assumiu a vice-liderança na tabela, com 48 pontos, atrás apenas dos 50 do Palmeiras.
Não pode ser alcançado pelo Inter nem em caso de vitória colorada sobre o Coritiba no domingo, às 18h30min. Com 44 pontos, o Inter só pode chegar a 47. E o Goiás, hoje na terceira posição, com 45, enfrenta o Botafogo no Serra Dourada.
Portanto, no domingo, a meta principal do Inter é não ficar de fora do G-4 pela primeira vez no campeonato. O Atlético-MG, quinto colocado, pega o Barueri. Para não depender dos resultados do Mineirão e do Serra Dourada, o Inter precisa ganhar do Coritiba.
Dureza. Mas, para ser campeão brasileiro, o Inter terá que reagir na adversidade.
No Chile, com um time misto, o Inter mostrou que o discurso de valorizar a Sul-Americana deste ano não passava disso mesmo: o velho e bom discurso politicamente correto. Do contrário o técnico Tite não sairia jogando sem tantos titulares importantes (o lateral-esquerdo Kleber, o zagueiro Fabiano Eller, o volante e capitão Guiñazu e o atacante Taison).
Com tantos reservas no primeiro tempo —
Marcelo Cordeiro, Glaydson, Sorondo, Marquinhos — qualquer análise tática fica comprometida. Depois, no intervalo, com as entradas de Kleber, Guiñazu e Taison, o time melhorou e poderia ter empatado. O gol do Universidad foi no primeiro tempo.
O único problema da derrota de ontem em Santiago é o vestiário. É preciso verificar como mais um resultado negativo, mesmo sem importância no planejamento global do clube para este ano, vai repercutir no ambiente já fragilizado do Beira-Rio.
Contando com o resultado de ontem, já são cinco jogos sem vencer. Isso sempre abate o time, mesmo formado por jogadores experientes, como é caso do Inter. E, para se recuperar diante de um Coritiba apoiado pela torcida e com obrigação de ganhar para não sofrer risco de rebaixamento, é preciso confiança.
Não dá, por exemplo, para ser superior ao adversário, como aconteceu contra o Vitória, e se desorganizar por inteiro ao sofrer um gol
de cabeça. Ainda mais fora de casa. De qualquer
forma, ao menos o Inter volta do Chile sem nenhum lesionado. Depois do Coritiba na capital paranaense, serão dois jogos em casa, contra Náutico e Atlético-PR. Apesar da crise técnica e tática, tudo o que não pode acontecer agora é o Inter mergulhar em uma crise depressiva.
Este é o desafio neste momento de instabilidade.
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