| 27/04/2009 05h20min
Confesso.
Eu não acreditei.
Duvidei de Ronaldo.
Cheguei a dizer, no Sala de Domingo, na Rádio Gaúcha, lá no começo do ano, que ele não conseguiria. Fiz ressalvas, é verdade. Ao menos isso. Lembrei que não se tratava de nada relativo a talento ou mesmo a sua predileção por baladas e churrasco regados a uma cervejinha. Apenas me parecia óbvio que, aos 32 anos, com joelhos tão dramaticamente esfarelados, nem o Super-Homem daria a volta por cima. Sobretudo se este Super-Homem não precisasse mais desafiar vilões de espécie alguma para provar seus superpoderes.
Mas o fato é que duvidei de Ronaldo. Então, vou tentar me redimir.
Depois do que Ronaldo fez ontem, no primeiro jogo da final do Paulistão contra o Santos, o Corinthians passa a ser favorito para ganhar a Copa do Brasil e o
Brasileirão. Mesmo que aconteça um desastre no Pacaembu e o título vá para a Vila
Belmiro. Ainda assim. Com um treinador como Mano Menezes, que leva os seus times às finais, e um gênio como Ronaldo lá na frente, não é absurdo especular: pintou um candidato a bicho-papão do ano, para ficar numa expressão recorrente no meio futebolístico.
É só reparar nos dois gols de Ronaldo na vitória por 3 a 1. No primeiro deles, domínio perfeito, de costas, com a perna direita e arremate de canhota. No outro, também de canhota, nem cito o toque de cobertura. Mas antes disso houve um drible de futsal de pé direito. Portanto, Ronaldo pode cortar para qualquer lado e chutar, de direita ou esquerda, com técnica apurada.
Fosse só o jogo de ontem, tudo bem: exagero. Mas Ronaldo foi decisivo contra Palmeiras, São Paulo e Santos, todos times de primeira divisão e postulantes a, no mínimo, uma das vagas à Libertadores do ano que vem. O seu único inimigo, de agora em diante, é padecer de alguma lesão muscular. Do contrário, aí está um gênio que, se sozinho já podia resolver
tudo, imagine amparado
por um time entrosado, como agora. E com a simpatia do país inteiro.
Desde já, os colorados devem secar com todas as forças o Corinthians contra o Atlético-PR. Quem sabe a ressaca da festa do Paulistão faz o que os zagueiros não conseguiram? Do contrário, será missão ingrata encarar um gênio destes pela frente.
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