A produção de eucalipto vem crescendo no Brasil. Segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), as florestas plantadas com eucaliptos, pínus e outros tipos de árvore já ocupam 5,7 milhões de hectares (60% deles destinados à eucaliptocultura). Ainda segundo dados da CNA, em dez anos o país poderá dobrar sua área de florestas plantadas, podendo chegar a 16 milhões.


(Foto: Sxc, Divulgação)

O eucalipto é uma árvore nativa da Austrália, e se destaca pela vasta utilidade. De acordo com o agrônomo Gelton de Mattos Diosti, as principais aplicações são na produção de celulose e lenha. “Hoje existe uma linha de pesquisa que diz que você pode empregar o eucalipto na produção de álcool, através da celulose de eucalipto. Outra aplicação é na construção de móveis, portas, e na decoração da casa, por exemplo. As folhas de eucalipto também podem ser usadas na fabricação de perfumes e loções. Para quem trabalha com agricultura, o eucalipto também pode ser usado para o conforto animal, fazendo na pastagem um plantio intercalado”, resume.

O tempo do plantio do eucalipto varia de acordo com a finalidade que o produtor deseja. Para Diosti, se o uso for para lenha, por exemplo, entre cinco a sete anos já pode ser feita a colheita. Se o objetivo for madeira para móveis, o tempo pode variar entre dez a 12 anos.

A plantação da árvore tipicamente australiana, considerada uma das principais fontes de matéria-prima para produzir papel, pode ser feita de duas maneiras, de acordo com o agrônomo. “A plantação pode ser feita através de sementes, e de controle genético. Com a semente não sabemos qual espécie é, de onde vem. Haverá muitas variações, como árvores mais altas, mais baixas, mais grossas, ou seja, é difícil prever como a plantação ficará. Por outro lado, há a opção de fazer por clonagem, ou seja, existem empresas especializadas que têm esse controle genético, já sabem a espécie, tem maior vigor, e a plantação pode ter maior qualidade”, completa.


(Foto: CNA/Divulgação)

Em relação à plantação da árvore, dizem por aí que o eucalipto seca o solo. Mas isso é mito e o agrônomo explica por que. “Todas as culturas precisam de água, mas é claro que cada plantação tem uma exigência hídrica diferente. Precisamos ficar atento às práticas de cultivo. Muitas vezes o modo adotado pelo produtor não é adequado, e isso acaba fazendo com que a plantação absorva mais água do que o necessário”, finaliza.

Segundo a Embrapa, os estados que mais se destacam na produção de eucalipto são o Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo.