"A regra suprema... é
se recusar terminantemente a ter o que milhões não
podem ter. Essa capacidade de recusar não se apresentará
a nós de repente. O primeiro passo é cultivar
a atitude mental de que não se pode ter bens ou recursos
que são negados a milhões..." (Gandhi).
Esta é a grande questão:
como garantir o acesso de todos aos bens e recursos indispensáveis
a uma vida digna? É a pergunta que todos nós
fazemos independentemente de ideologias políticas e
credos religiosos. Esta é a questão que a grande
maioria dos participantes do 2º Fórum Social Mundial
estará debatendo e, principalmente, trocando experiências
para vencer o desafio. Ao contrário do que muitos pensam,
o FSM não contará com a participação
somente de extremistas de esquerda. Pessoas de outras tendências
políticas, inclusive de direita, estarão participando
e assistindo a conferências e oficinas. Todos acreditam
que "Um Outro Mundo é Possível" e
a convivência com pessoas das mais diversas partes do
planeta possibilita a troca de idéias e experiências
concretas que estão tornando este "outro mundo"
uma realidade.
Vejo que o FSM tem duas missões
importantes: uma delas é garantir o nivelamento de
informações como forma de propiciar o debate
qualificado sobre a atual conjuntura político-econômica
ocidental. Só para dar um exemplo, na área ambiental
serão tratados temas pouco conhecidos do grande público
como dívida ecológica, desmatamento e reforma
agrária, justiça ambiental, entre outros. Se
lembrarmos que serão centenas de oficinas dá
para perceber a abrangência e diversidade dos assuntos
tratados. A outra missão é possibilitar a troca
de experiências, de ações práticas
que as mais diversas organizações realizam em
prol da saúde, educação, alimentação,
habitação, mulheres, crianças, meio ambiente,
cultura entre outros tantos temas. Quem tiver interesse em
saber como recuperar uma floresta vai encontrar pessoas no
FSM que vão dizer como; assim como em relação
a moradias alternativas, utilização racional
da água, ações comunitárias participativas,
agricultura etc.
Entendemos ser este um momento
único para todo cidadão conhecer as experiências
bem-sucedidas realizadas no planeta, as dificuldades socioambientais
locais e planetárias, as críticas ao modelo
de globalização vigente e as alternativas a
ele. Além do mais, sempre é possível
conhecer, conversar, ou até mesmo, iniciar uma amizade
no cafezinho, no corredor, nas oficinas. A diversidade de
pessoas que circulam nos corredores revela a exuberância
da diversidade planetária.
Quem quer e acredita que um
outro mundo é possível deve deixar em casa os
conceitos preconcebidos e ir de mente e coração
abertos ao FSM.
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