De 31 de janeiro a 5 de fevereiro,
o Fórum Social Mundial, com uma expectativa de reunir
mais de 50 mil pessoas, se realizará novamente em Porto
Alegre, renovando esperanças de milhões e milhões
de pessoas, de todos os países do planeta que sonham
com a paz, a igualdade de oportunidades, a democracia, a justiça
e a solidariedade.
Contraposto ao Fórum
Econômico Mundial, há 31 anos realizado em Davos,
na Suíça, e coordenado pela elite mundial sob
a batuta do neoliberalismo, o movimento com base em Porto
Alegre reúne todos que resistem, combatem e constroem
alternativas ao modelo de exploração neoliberal.
O exemplo institucional mais representativo deste movimento
é simbolizado pelo governo democrático e popular
no Rio Grande do Sul.
A aceitação popular
do Fórum de Porto Alegre combinada com o isolamento
político do Fórum de Davos é tão
evidente que, após três décadas, Davos
se mudou para Nova York. Os neoliberais, vendo seu projeto
em crise, com claros sinais de esgotamento em algumas frentes,
tais como a Argentina, privatizações, desemprego,
estagnação econômica, dentre outras, resolveram
pegar uma carona esperta nas conseqüências históricas
dos aviões de Bin Laden. Em Nova York, Davos discutirá
o apoio à guerra, à Alca, às políticas
do FMI e da OMC e a contabilidade dos lucros auferidos através
do mecanismo da dívida externa, a manutenção
do status quo.
Os fundamentalistas do talibã
foram fortemente financiados pelos interesses do império
norte-americano e do grande capital quando do período
da Guerra Fria. Esta parceria de outrora lhes é, agora,
por demais incômoda. A decisão de enviar os prisioneiros
do Al Qaeda para a base de Guantánamo, pedaço
de território cubano que os Estados Unidos se negam
a devolver a Cuba, é mais uma jogada oportunista na
tentativa de manipulação da opinião pública
tentando construir alguma ligação entre a luta
contra o neoliberalismo e o terror.
Porto Alegre, com a presença
de quase uma dezena de ganhadores do Nobel da Paz e de centenas
de respeitadas personalidades mundiais, abre seus debates
lançando um grito contra a guerra. Davos vai para Nova
York e em Davos se instalará uma sucursal de Porto
Alegre para debater a construção de um outro
mundo sem guerras e sem exploração.
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