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A diversificação das propriedades rurais trouxe as agroindústrias para as pequenas cidades. E isso iniciou um processo de urbanização sem precedentes nos municípios povoados pelos gaúchos, anteriormente dominados apenas pela soja. A diversificação é a ordem no Brasil de Bombachas e tema do segundo dia da série de reportagens que aborda a migração de gaúchos para outros Estados brasileiros e até para outros países.
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A ideia é agregar a produção de proteína animal à de grãos e algodão. É como diz o dito popular que há séculos corre de boca em boca pelos rincões gaúchos: "o melhor saco de milho é um porco gordo". O conceito é esse. Em vez de transportar os grãos, carregar as carnes, que são produtos industrializados. Portanto, gera mais empregos. Para as agroindústrias produzirem em regiões como o Mato Grosso, é um grande negócio, porque suas principais matérias-primas, o milho e a soja, usados nas rações, existem em abundância e a preços inferiores a de outras partes do país. Nos anos 70, a família Philipsen, de Não-Me-Toque, foi pioneira na plantação de soja em Balsas, então um vilarejo no sul do Maranhão. Hoje, seus descendentes estão à frente de outro projeto desbravador: a criação de suínos. Leonardus J. Philipsen, 87 anos, e Wilhelmina Philipsen, 82 anos, deram duro para se estabelecer em Balsas, que hoje se perfila entre as maiores produtoras de soja das Américas. O veterinário Antoniuas, 55 anos, é um dos quatro filhos do casal. Ele é pai de Bernardo, seu parceiro na criação de suínos em uma granja erguida em 2007. Criar porcos, em uma terra onde tudo é soja, é uma tarefa muito difícil., pois falta mão de obra especializada. – Mas a atividade tem futuro – garante Antoniuas. |
Tanto que aumentou o número de matrizes (porcas para cria) de 300 para 600. Bernardo recorda que tudo que conseguem produzir imediatamente é vendido. Tem planos de expandir o negócio com a construção de um frigorífico. Por ser povoada por gaúchos e seus descendentes, os moradores de Balsas são bons apreciadores de carne suína. Boa parte da carne que é consumida na região é fornecida pelos frigoríficos do sul do Brasil, que fica a mais de 3 mil quilômetros de distância. Essa realidade é o que leva a família a apostar na diversificação da produção com os suínos.
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