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Os
joelhos estalavam, o suor escorria pelas palmas
das mãos e pela nuca, grudando o cabelo encaracolado
ao pescoço. O nervosismo estava estampado no rosto
jovem da catarinense Ana Moser, que fazia a sua
estréia na maior de todas as competições, os Jogos
Olímpicos. Tudo era novo e desafiador em Seul, em
1988. Mas a vontade de ser campeã sempre superou
a ansiedade e o medo.
- A responsabilidade de estar representando o Brasil
era forte. Desfilávamos uniformizadas pela Vila
Olímpica. Eu pensava: "nossa! estou carregando
o meu país" - recorda hoje Ana, aos 31 anos.
A medalha não foi conquistada em Seul, mas Ana Moser
voltou a disputar o ouro olímpico em Atlanta, em
1996. Naquele ano, a seleção de vôlei conquistou
o terceiro lugar. Para o mundo, o Brasil acabara
de ganhar o bronze. Para Ana Moser, aquela medalha
valeu como se fosse a de ouro.
Ana lembra dos seus melhores momentos e do reconhecimento
olímpico que conseguiu no time brasileiro. Uma nostalgia
que remete a ex-jogadora à infância de menina espichada
e magrinha, que jogava vôlei com as amigas nas ruas
de Blumenau. Agitada, o vôlei apenas não a satisfazia.
Com energia de sobra, praticava atletismo, natação
e handebol.
Mesmo fora das quadras de Sydney por sucessivas
lesões nos joelhos, Ana Moser estará na Austrália
para uma nova estréia, 12 anos depois de Seul: pela
primeira vez será comentarista esportiva
de um canal de TV por assinatura. Provavelmente,
os joelhos vão estalar, o suor vai escorrer pelas
palmas das mãos e pela nuca, grudando o cabelo encaracolado
ao pescoço.
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