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A diferença é dar uma oportunidade
E
mbalados pela batida da música eletrônica, homens e mulheres repetem os passos recém-aprendidos em mais uma aula de sexta-feira à noite. A coreografia é nova e a mente trabalha em sintonia com o corpo para conseguir gravar e executar os movimentos. Para o professor Ariél Neves de Oliveira é isso que a dança proporciona: união. União não apenas do corpo e da mente, mas principalmente das pessoas.
– Amizade é a parte mais marcante deste processo. O grupo acaba se tornando uma família – garante.
O processo, mencionado pelo professor de 26 anos, já une vontades e proporciona a troca de experiências há oito anos, quando Ariél decidiu que iria repassar o que sabia aos colegas que, como ele, não tinham mais idade para frequentar os projetos sociais do município para crianças e adolescentes. Assim ele começou as aulas gratuitas de danças que, depois de passarem por diversos espaços, hoje ocorrem na Associação da Artex. Num misto de orgulho e emoção, Ariél lembra com carinho das mais de 100 pessoas que já coreografou:
– Tive uma aluna que agora é professora de dança, além de estudante de Educação Física. A grande maioria dos jovens que dançava comigo foi para a faculdade, não sei se por conta do projeto, se estão todos na área da dança, mas todos seguiram os estudos.
Sem elencar dificuldades, Ariél prefere falar dos resultados positivos que o trabalho voluntário lhe rendeu:
– Além da atividade física, a dança também faz bem para a mente.
Dou a eles um pouquinho do meu tempo e em troca eles me ajudam a realizar meu sonho, que é fazer esse grupo crescer, sendo sempre gratuito.
Sem rodeios, o professor garante que a verdadeira diferença que alguém pode fazer é dar uma oportunidade.
– Não tem nada a ver com dom, qualquer um pode dançar, qualquer um pode ensinar, é só querer. Aqui, eles confiam que eu posso ensinar, eu confio que eles vão aprender e isso é o que importa.
A companhia de dança, que já precisou ser dividida em duas turmas, quando 40 pessoas frequentavam as aulas, hoje aceita até 15 alunos por vez porque, segundo o professor, com um número reduzido o trabalho flui melhor.
Satisfeito com o avanço da turma, Ariél ressalta que as coreografias podem ser assistidas mensalmente no Super Sábado, no Centro, ou em eventos promovidos pela prefeitura como o Dia do Trabalhador, na Vila Germânica.
Pode! Além de dar aulas gratuitas de dança para pessoas de todas as idades, Ariél é responsável por criar os figurinos da companhia. Se você sabe costurar ou tem condições de ajudar com os tecidos, pode conversar com ele no salão fitness da Associação da Artex, no Progresso, nas sexta-feiras, às 20h. Se quiser participar da aula, fique à vontade.
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