INÍCIO
SANTA CATARINA: VOCAÇÃO PARA A MÚSICA INSTRUMENTAL Estado conjuga produção erudita e popular com o protagonismo de músicos conectados ao resto do mundo e às raízes brasileiras Da combinação de sons e silêncios, fez-se a música. Em seguida, veio a consciência da diversidade de sons - bate aqui sai um, bate ali vem outro. Talvez porque preceda a fala, a música instrumental seja tão elementar. Linguagem universal, expressão daquilo que as palavras não dão conta, desperta sentimentos, conduz ao êxtase, à fúria, à sublimação. É música que "fala" sem palavras e liberta os sentidos para experiências particulares e sensoriais. Expressão de caboclos, negros, índios, alemães, açorianos, gaúchos e italianos – fios de uma mesma rede identitária multifacetada –, a música em Santa Catarina segue esse mesmo fluxo cultural: o da liberdade de origem, gênero e criação. Apaga classificações, desapega-se de clichês e expande-se para virar conceito: música instrumental catarinense brasileira universal. Não é o pop a nossa cara, nem o rock ou o sertanejo. A vocação catarinense é a música instrumental popular contemporânea. E o público a chancela. Ainda que o Estado esteja bem distante do ideal em número de espaços para apresentações e assiduidade, a plateia catarinense é entusiasmada com essa arte. A Camerata Florianópolis é o exemplo mais evidente. A orquestra de música erudita de Florianópolis desenvolve um trabalho de intercâmbio com a música popular que frutificou em formação de público e espetáculos sempre lotados. A coroação veio com a histórica apresentação no festival Rock in Rio de 2015, dividindo o palco com Steve Vai, um dos melhores guitarristas do mundo. Mas tem algo a mais – e há quem diga que é a magia do lugar: Santa e Bela Catarina. Músicos de todo o Brasil, monstros da música brasileira como Arismar do Espírito Santo, Hermeto Pascoal. Toninho Horta e Yamandu Costa, amam tocar aqui. – É um lugar lindo. Começa por aí. É um celeiro de grandes artistas e isso se deve muito à representatividade de produtores e eventos como o Festival de Música de Itajaí e o Floripa Instrumental. E tem artistas que escolheram viver no Estado. Guinha Ramires e Alegre Corrêa, por exemplo. São fatos que fazem diferença. O resultado é esse, muitos músicos e de boa qualidade. E um público muito antenado – diz Yamandu Costa, gênio do violão e compositor habitué dos palcos do Estado, sempre com plateias lotadas. De grupos que fizeram história, como a Banda de Nêutrons e Dr. Cipó, aos que que representam e bem a contemporaneidade - Entrevero Instrumental, Quarteto Rio Vermelho, Rivo Trio, Brasil Papaya – passando por artistas que hoje são estrelas internacionais – Felipe Coelho e Edu Ribeiro -, o Estado é um celeiro de artistas e um bom lugar para criar. Os três elementos básicos da música – melodia, ritmo e harmonia – são metáforas para contar a história do gênero em SC. Clique nos ícones abaixo e navegue:
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