Quais as regiões em que há escassez de efetivo?

Meio-Oeste, cidades do Planalto Norte, Oeste e nas próprias cidades grandes como Joinville, Florianópolis, Balneário Camboriú e Itajaí. Mas temos também no Sul, em todas as regiões. É um problema crônico na PM e Bombeiros e afeta todos os níveis de trabalho.

Que relatos recebem na prática sobre consequências?

O desgaste e a sobrecarga no trabalho a esses policiais e bombeiros. A exigência da sociedade, do comando, dos governos para que preste segurança pública de qualidade sem a contrapartida do efetivo gera um desgaste gigantesco, tanto físico quanto mental no policial militar. A grande responsabilidade é de um modelo de gestão que está errado e de um estado que abandonou a segurança pública nos últimos 25 anos.

Virão aposentadorias de policiais ou o quadro tende a melhorar?

Pela conjuntura política do Brasil e econômica do Estado e lamentavelmente a gente tem visto desde o ano passado quando foi protelado o chamamento daqueles 658 que seriam chamados em outubro, depois novembro, março, abril e agora para junho, infelizmente a tendência é piorar. Esse efetivo que vai entrar mal vai suprir o efetivo que se aposentou ano passado. Temos média de 700 policiais se aposentando ano. Vai se agravar e muito.

Existem medidas práticas, um plano, que pode amenizar essa realidade do efetivo?

A partir de 2005 houve por parte do governo de SC e do comando geral da época a abertura de batalhões da PM. Tínhamos 13 agora temos 29. Cada batalhão que você cria é criada estrutura burocrática, ou seja, você tira policiais das ruas. É preciso fazer entender que batalhão também tira policial das ruas e a partir disso fazer um novo remanejamento desses 29 batalhões, diminuindo o número e botando policiais nas ruas.