| 26/10/2005 19h50min
À medida que focos da gripe aviária se espalham pelo mundo, o governo brasileiro adota novas providências para evitar que a doença chegue ao país. Ontem o Ministério da Agricultura anunciou a intenção de aprimorar a vigilância em portos e aeroportos e se comprometeu a implementar a regionalização da produção avícola, que proíbe o transporte de animais vivos entre Estados.
Para barrar a entrada do vírus no país, os detectores de metais instalados nas áreas de desembarque internacional dos aeroportos brasileiros terão capacidade ampliada a fim de identificar também matéria orgânica. Além disso, serão criados centros de queima de restos de comida servida em aviões e navios. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou que a mudança nos detectores já está em negociação com a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).
Proposta pela União Brasileira de Avicultura (UBA), a regionalização prevê que o transporte de animais vivos entre Estados só poderá ser feito em estradas fiscalizadas, chamadas de corredores sanitários. Rodrigues relatou que continua negociando com a área econômica a liberação dos R$ 78 milhões do orçamento original para defesa sanitária, que inclui recursos para prevenção da gripe das aves.
Para Aristides Vogt, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), as medidas adotadas até agora são "satisfatórias". Mesmo assim, disse que os gaúchos gostariam que o credenciamento de novos laboratórios fosse mais rápido. Hoje, só existe um em todo o país preparado para fazer exames de detecção da gripe das aves, em São Paulo. Os três Estados do Sul respondem por mais de 80% das exportações brasileiras de frango.
– É preciso que haja diagnóstico nos Estados. Quatro laboratórios já pediram para ser auditados, e o governo não enviou gente para avaliar – explicou Vogt.
Até maio de 2006, o Instituto Butantã deve produzir uma vacina experimental contra a doença. O presidente do instituto, Isaías Raw, informou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) liberou ontem uma amostra do vírus H5N1 para a produção da vacina brasileira, destinada a seres humanos. Ontem, o ministro da Saúde, Saraiva Felipe, apresentou as medidas adotadas pelo Brasil na Reunião Ministerial sobre Cooperação Global para Preparação contra Pandemias, organizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em Ottawa, Canadá. O encontro terminou sem acordo para doação de antivirais e de flexibilização de patentes.
O Ministério da Saúde encomendou 9 milhões de kits do medicamento Tamiflu, que trata pessoas contaminadas. Também destinou recursos para que o Instituto Butantã desenvolva vacinas caso a doença chegue ao país.
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