| 26/10/2005 19h53min
Apenas aguardando a autorização do governo federal, a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul já começou a preparar um plano emergencial para antecipar a vacinação contra febre aftosa no rebanho gaúcho, estimado em 13,5 milhões de cabeças.
Reunião realizada ontem com os 19 supervisores regionais do Departamento de Produção Animal deixou os técnicos estaduais de prontidão para dar início ao processo.
Normalmente a temporada de imunização no Estado é em janeiro e fevereiro. Mas, por conta dos focos da doença em Mato Grosso do Sul (e suspeita no Paraná), pode começar nos próximos dias. O secretário de Agricultura, Odacir Klein, deve pressionar o governo federal para autorizar a remessa de doses e o início dos trabalhos no Rio Grande do Sul. A secretaria também anunciou o rastreamento de todos os animais que ingressaram no Estado nos últimos 60 dias.
Outras regiões também estão tomando ações preventivas. As 43 barreiras montadas nas divisas catarinenses com o Rio Grande do Sul e o Paraná, além da fronteira com a Argentina, receberam reforço de técnicos. Veículos são parados para fiscalização. Cerca de 600 a 700 quilos de produtos são apreendidos e inutilizados por dia.
São Paulo suspendeu eventos agropecuários e antecipou o início da vacinação de 1º de novembro para hoje. Minas Gerais proibiu feiras. O Uruguai vacinará seu gado a partir de novembro em vez de fevereiro a outubro do ano que vem. E o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou ontem um grupo interministerial que irá coordenar e articular as ações do governo federal para conter a expansão dos focos no país.
Enquanto isso, o Rio Grande do Sul deu mais um passo à implantação de um fundo privado para financiar indenizações e ações de defesa. O projeto que autoriza a Secretaria de Agricultura a fazer convênio com o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), já constituído por entidades empresariais, foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa, e deve ser votado no plenário em novembro. O Fundesa tornará as ações de defesa mais ágeis, defendeu o deputado estadual Jerônimo Goergen (PP) .
Hoje, o Fundo Estadual de Sanidade Animal, um fundo público, está com o cofre raspado, afirmou o deputado estadual Elvino Bohn Gass (PT). O governo passou seus recursos para o caixa único, garante.
Em Mato Grosso do Sul a indenização a produtores que tiveram animais abatidos, estimada em R$ 16 milhões, será dada pelo governo federal. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que falta o cálculo dos prejuízos no Paraná para incluir na medida provisória. O resultado dos exames que confirmarão ou não a existência do vírus da aftosa no gado paranaense deve sair até o final de semana.
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