| 15/10/2005 17h13min
A família do prefeito de Santo André, no Grande ABC (SP), Celso Daniel, seqüestrado e fuzilado em janeiro de 2002, quer proteção especial porque tem medo de morrer.
Hoje, a CPI dos Bingos informou que irá ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para tomar providências imediatas a fim de assegurar a segurança dos parentes do prefeito morto, principalmente, os irmãos João Francisco e Bruno Daniel. Os integrantes da comissão pedirão ao ministro que receba em audiência os familiares de Celso Daniel. O esquema para garantia de vida aos Daniel deverá ser cumprido pela Polícia Federal (PF).
Francisco e Bruno revelaram à CPI detalhes de suposto esquema de corrupção em Santo André para financiamento de campanhas do PT. Afirmaram que o chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, teria dito que levava o dinheiro da propina diretamente para o então presidente nacional do partido, deputado José Dirceu (SP).
A preocupação com a segurança dos Daniel aumentou depois da morte do legista Carlos Delmonte Printes. Recentemente, o perito passou por uma estranha ocorrência na avenida 23 de Maio, em São Paulo. Ele dirigia o carro e foi fechado por desconhecidos. Para amigos de Printes, ele sofreu um atentado.
– É que eu não tenho condições, porque se tivesse já tinha abandonado o país. Não só pelo risco, mas pelo desânimo, pela vergonha que está o país –disse João Francisco.
Ele disse que está com medo de morrer. Desde que soube que o legista havia sido encontrado morto no escritório, em São Paulo, ele e Bruno Daniel vivem entre o medo de virar "a próxima vítima" e a vontade de ter esclarecido o assassinato do irmão, que há quatro anos chocou o país. O legista indicou, em janeiro de 2002, que Celso Daniel havia sido torturado no cativeiro.
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