| 14/10/2005 07h22min
O Instituto Médico Legal (IML) descartou a hipótese de morte natural do legista Carlos Delmonte Printes, responsável pelo laudo sobre o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT). A conclusão contraria a versão preliminar da polícia de que o perito teria sido vítima de um possível quadro de broncopneumonia, além de miocardite (inflamação da parede do coração).
O Ministério Público não descarta a possibilidade de a morte ter sido provocada por envenenamento. Não se sabe, porém, se Printes ingeriu algum produto tóxico de forma voluntária ou não. Os resultados oficiais dos exames feitos nas vísceras do legista somente ficarão prontos em sete dias.
Em razão das suspeitas sobre a morte do legista, o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) não autorizou ontem que o corpo de Printes fosse cremado no cemitério da Vila Alpina, mas sim enterrado num cemitério de São Paulo, o que deve ocorrer hoje, segundo familiares.
Segundo a Agência Globo, a decisão da polícia foi tomada para permitir futuros exames no corpo do legista. Ontem, o DHPP pediu à Justiça autorização para fazer busca e apreensão de documentos no escritório onde Printes foi encontrado morto na quarta-feira. A polícia acha que pode localizar algum documento que leve à causa da morte do médico.
Designado para apurar a morte do legista, o promotor do 1º Tribunal do Júri, Marcelo Milani, afasta a possibilidade de morte natural no caso de Printes.
– Ele foi vítima de morte violenta, mas ainda não sabemos se foi suicídio ou homicídio. Isso ainda vai depender de uma série de investigações – disse Milani.
A hipótese de homicídio foi praticamente descartada pelo promotor Roberto Wider, que investiga a morte de Celso Daniel.
– Não acho, a princípio, que haja qualquer ligação da morte dele com o assassinato de Celso Daniel. Essa questão das sete mortes surpreende, mas não vejo vínculos – disse Wider.
Ontem, no cemitério, parentes e amigos chegaram a aguardar a cremação, mas foram avisados de que o legista teria de ser enterrado apenas hoje. Houve, no entanto, uma cerimônia de 10 minutos na qual os familiares se despediram do legista.
O professor Bruno Daniel, irmão de Celso Daniel, esteve no cemitério e pediu para que as investigações da morte do perito sejam feitas com "cautela e segurança".
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