A Comissão de Sindicância da Corregedoria da Câmara aprovou hoje o envio, à Mesa Diretora, de relatório que pode resultar em abertura no Conselho de Ética de processos contra 16 parlamentares por quebra de decoro. São deputados que foram citados no levantamento das comissões parlamentares mistas de inquérito dos Correios e do Mensalão.

O relatório faz a ressalva de que três deputados citados pela Corregedoria já têm processos no Conselho de Ética: José Dirceu (PT-SP), Sandro Mabel (PL-GO) e Romeu Queiroz (PTB-MG). Abrir um novo processo contra os três parlamentares atrasaria o processo, segundo o documento.

A Comissão de Sindicância envia agora o relatório à Mesa, que decidirá se remete ou não representações contra os deputados ao Conselho de Ética. A Mesa é composta por sete parlamentares, entre eles o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

Dos cinco integrantes da comissão de sindicância, dois foram contrários ao relatório do deputado Robson Tuma (PFL-SP). Odair Cunha (PT-MG) e Mussa Demes (PFL-PI), que votaram contra, defendiam a elaboração de pareceres separados para cada deputado. Votaram favoravelmente ao encaminhamento dos processos o próprio autor do parecer, Robson Tuma, o deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL) e o corregedor Ciro Nogueira (PP-PI), que votou para desempatar.

De acordo com Nogueira, caberá à Mesa na próxima terça decidir em votação sobre o envio ou não dos nomes ao Conselho de Ética. O corregedor criticou o trabalho das CPIs nas investigações que levaram os 16 parlamentares à comissão de sindicância.

– Nós fizemos o que era possível dentro da sindicância, que tem menos instrumentos do que as CPIs. O trabalho das comissões foi muito fraco. Não fizeram trabalho corretamente. Passou a imagem que queriam se livrar do processos – alfinetou Nogueira.