| 05/10/2005 21h23min
A acareação da CPI dos Bingos entre cinco suspeitos de envolvimento em irregularidades na contratação da empresa Gtech pela Caixa Econômica Federal acabou se transformando em um grande bate-boca. A sessão, que durou cerca de seis horas, colocou frente a frente o ex-assessor da Casa Civil da Presidência da República Waldomiro Diniz e o empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, os advogados Rogério Buratti e Enrico Gianelli, e o ex-diretor da Gtech Marcelo Rovai. Foi preciso a intervenção do presidente da CPI, senador Efraim Moraes (PFL-PB), para acalmar os ânimos.
Rovai chamou Buratti de bandido, depois de acusá-lo de tentar extorquir a Gtech na renovação, em 2003, do contrato da empresa com a Caixa para gerir o sistema de loterias. Buratti ameaçou retirar-se da sessão caso o ex-diretor da Gtech não se retratasse. Indagado por Efraim sobre por que classificava o advogado de bandido, Rovai afirmou que "bandido é quem tenta extorquir dinheiro para levar vantagem em troca". O senador advertiu Rovai para que não utilizasse termos como esse e comunicou a Buratti que ele não poderia abandonar a sessão.
Além de Buratti, Rovai utilizou o adjetivo em relação a Gianelli e Diniz. Segundo ele, os três organizaram um esquema para forçar a Gtech a contratar uma consultoria de Buratti, por um um valor entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões que, depois, teria baixado para R$ 6 milhões. O objetivo da consultoria, considerado propina por Buratti, seria o de auxiliar no processo de negociação da Gtech com a Caixa. Diniz acusou Rovai de "mentir o tempo todo":
Em outro momento da sessão, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que a CPI estava fazendo o que o presidente Lula sugeriu na terça-feira: que ouvisse pessoas ligadas aos bingos. Logo em seguida, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) fez uma afirmação ainda mais dura contra Lula, afirmando que o presidente era "rei do trambique". Minutos depois, o tucano reconheceu que exagerou e pediu desculpas.
Amanhã deve prestar depoimento Bruno Daniel, irmão do prefeito assassinado Santo André (SP), Celso Daniel.
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